Crítica: Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: Parou
“Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: Parou” foi selecionado para mais de vinte festivais internacionais, já conquistou quatro prêmios incluindo Melhor Documentário no 76° Festival Internacional de Cinema de Veneza e foi o escolhido para disputar uma vaga na categoria de melhor filme internacional no Oscar do próximo ano.
O documentário é um tributo à carreira e à vida do cineasta Hector Babenco, nascido na Argentina e naturalizado brasileiro. Dirigida por Bárbara Paz, a obra intercala, em preto e branco, momentos da carreira do diretor, famoso por obras como “Pixote – A Lei do Mais Fraco” (1980), “O Beijo da Mulher Aranha” (1985), e “Carandiru” (2003), com registros da luta contra o câncer linfático, contra o qual lutava há mais de trinta anos.
Bárbara Paz, que foi casada com o diretor até o ano de sua morte em 2016, apresenta ao espectador um retrato honesto e amoroso, tanto sobre a carreira como cineasta de Hector, quanto sobre sua vida lidando com a doença.
O documentário tem uma estrutura fragmentada e não apresenta uma linha linear, mesclando memórias, reflexões e trechos de entrevistas diretor, com cenas de seus trabalhos e filmagens intimistas de seus últimos anos, costurados de uma forma bonita e coerente. Aborda a vida e também a iminência da morte do diretor, um tema difícil que poderia parecer mórbido, mas que é trabalhado de forma singela e delicada.
O filme, um misto de despedida e homenagem, é permeado de uma metalinguagem elegante através das reflexões sobre o fazer cinema de Babenco e de suas conversas com Bárbara Paz sobre o documentário.
Hector Babenco faleceu em 2016, aos 70 anos de idade, deixando um grande legado para o cinema e uma belíssima obra sobre sua carreira.
por Isabella Mendes – especial para CFNotícias
*Título assistido em Cabine de Imprensa Virtual promovida pela Imovision.