Crítica: Alice no País das Trevas


Seguindo a onda de filmes que são versões de terror de contos de fada e de histórias infantis, estreia, nessa semana, “Alice No País das Trevas” (Alice in Terrorland), que, como o nome já sugere, é uma versão do clássico “Alice no País das Maravilhas”.

Na trama, uma jovem chamada Alice (Lizzy Willis) perde seus pais de forma trágica, quando sua casa pega fogo. Um pouco depois do evento, ela vai morar com sua avó Beth (Rula Lenska), em uma antiga mansão chamada Wonderland, que fica à beira de uma bela floresta – sobre a qual há diversos avisos quanto a perigos. Incluindo a presença de caçadores. O encontro é algo novo para as duas, já que nunca tinham se encontrado antes, devido a um desentendimento misterioso entre sua mãe e sua avó.

Lidando com o luto, com uma casa nova e com uma avó que nunca havia conhecido, Alice se depara com estranhos acontecimentos, que não consegue distinguir se são sonhos, pesadelos ou realidade.

Personagens inspirados no livro “Alice no País das Maravilhas” aparecem para a jovem de forma misteriosa e por vezes, ameaçadora. As figuras, releituras do livro clássico, têm aparições enigmáticas, ora simplesmente macabras, ora com a intenção de avisar a protagonista sobre um terror que a cerca em sua nova residência.

Dirigido e roteirizado por Richard John Taylor, o longa não se trata de uma adaptação macabra da história original, mas de uma inspiração livre nos personagens do livro, levados a um mundo mais adulto e menos lúdico.

Quem vê o pôster, talvez tenha uma impressão errada do que se trata a produção, que se dedica mais em construir um ambiente surreal, onírico e macabro, e menos em levar uma versão slasher e gore da obra original aos cinemas.

É visível que “Alice no País das Trevas” tem um baixo orçamento, mas sabe driblar bem o fato, ao usar como cenários praticamente apenas cômodos da mansão Wonderland e parte do exterior da residência. A fotografia é usada de forma interessante, focada em dar um ar de sonho ou pesadelo para a trama, em especial, quando Alice interage com os personagens que não são sua avó.

O filme é bem curto, o que foi uma boa escolha, considerando a simplicidade do roteiro, mas, deixa um pouco a desejar ao deixar muitas pontas soltas sem explicações. É certo que se beneficiaria de algumas cenas a mais para tornar a história mais coesa.

“Alice no País das Trevas” surpreende por ter uma abordagem fora da curva, e apresenta uma proposta interessante e criativa, mas que, infelizmente, não é o suficiente para torna-lo, de fato, interessante. Ainda assim, pode agradar os fãs de “Alice no País das Maravilhas” e aqueles que gostam de produções de terror mais focadas no terror psicológico e surrealista.

por Isabella Mendes – especial para CFNotícias

*Título assistido em Pré-Estreia promovida pela A2 Filmes.