Crítica: Adão Negro


Chega aos cinemas o tão aguardado “Adão Negro” (Black Adam), que promete iniciar uma nova Era de Ouro das produções de super-heróis da DC Comics e Warner Bros.

Não só promete, mas cumpre com maestria a missão de levar às telas um dos maiores títulos de ação e aventura deste ano. E, antes de continuar, já vou dizer que você deve ir ao cinema imediatamente para não perder esta grande oportunidade.

Mas a pergunta que você deve estar fazendo é: “Como assim? Esse filme não é de um anti-herói?”. A resposta é sim e não. Sim, pois Adão Negro (Dwayne Johnson) não luta pela mesma cartilha de regras dos heróis convencionais, mas ainda assim busca a justiça para seu povo, o que o torna um campeão para os oprimidos.

Ele é livre para usar seus poderes sem restrição ou preocupação em levar os criminosos aos tribunais – que muitas vezes são complacentes com os bandidos e os libertam para continuar com a violência sem medida contra pessoas inocentes.

Neste caso, Adão Negro simplesmente não se prende às regras humanas e literalmente põe para quebrar a cara dos marginais que tentam fazer mal ao seu povo ou que ousam enfrentá-lo diretamente.

Voltemos quase 5.000 anos no passado para o fictício país árabe de Kahndaq, onde Akenaton (Marwan Kenzari) – um rei injusto e corrupto – transformou o povo em escravos e Adão Negro (ainda chamado Teth Adam) foi agraciado pelos deuses antigos com grandes poderes místicos para combater o mal, sendo aprisionado logo em seguida em uma tumba de pedra, pelo temor do uso incorreto dos dons.

Acordado nos dias atuais, o protagonista se depara com outro tipo de opressão ao seu povo. Com a ajuda da arqueóloga Adrianna Tomaz (Sarah Shahi) e seu filho pré-adolescente Amon (Bodhi Sabongui) precisa compreender como é o futuro e lutar contra um grande perigo que tenta ressurgir para dizimar o planeta.

Para isso, ainda deverá enfrentar a Sociedade da Justiça da América que foi incumbida por Amanda Waller (Viola Davis) de levá-lo preso, pela crença de que representa uma ameaça maior ainda à humanidade.

A trama é muito densa e complexa, o que torna a narrativa e as cenas de ação únicas. Temos em vários momentos embates épicos entre Adão Negro e os membros da Sociedade da Justiça da América liderada por Gavião Negro / Carter Hall (Aldis Hodge), Senhor Destino / Kent Nelson (Pierce Brosnan), Esmaga Átomo / Al Rothstein (Noah Centineo) e Ciclone / Maxine Hunkel (Quintessa Swindell), que parecem ter sido retirados diretamente das páginas das histórias em quadrinhos.

Os personagens estão perfeitos: os atores e atrizes fazem jus aos personagens que receberam para interpretar. Um comentário em especial vai para o verdadeiro Mago Supremo vivido pelo brilhante ator Pierce Brosnan que esbanja carisma, bom humor e elegância em suas cenas.

Os figurinos são incríveis, assim como os muitos efeitos especiais vistos durante toda a duração do longa (124 minutos), que tiram o fôlego em cenas que serão relembradas por muito tempo.

É realmente uma nova era para os filmes da DC Comics liderados pela dedicação de Dwayne Johnson, que durante 15 anos lutou contra antigos executivos de mente fechada da Warner para levar às telas esta obra que também só foi possível graças à nova direção de rumo implementada pelo novo CEO e presidente da empresa David Zaslav, que está reconstruindo e levando de novo ao rumo certo uma das maiores produtoras mundiais de cinema.

Um conselho: cuidado com algumas críticas que você irá ver, ouvir ou ler de alguns “pseudos” jornalistas. Lembrando que todos deveriam buscar os pontos positivos e negativos e trabalhar estes elementos para levar ao público informações que ajudem a compreender melhor a produção.

Também vale deixar a frase maravilhosa dita há alguns anos pelo diretor Michael Bay em uma Coletiva de Imprensa que tive a honra de participar: “Não faço filmes para a imprensa, mas para os fãs”. E isso sempre será o que realmente importa.

Agora, reforço minha sugestão no começo de meu texto: Vá ao cinema (espere pela memorável cena adicional) e prepare-se para uma das melhores experiências que você terá neste ano, com o gênero de histórias em quadrinhos.

por Clóvis Furlanetto – Anti-Editor

*Título assistido em Cabine de Imprensa promovida pela Warner Bros. Pictures.