Crítica: X – A Marca da Morte
Escrito e dirigido por Ti West, “X – A Marca da Morte” (X) é uma grande homenagem aos títulos de terror slasher, ao mesmo tempo em que também aborda outro gênero bem conhecido, o pornô.
Na trama, um grupo de atores viaja com a proposta de fazer um filme adulto na zona rural do Texas. Para isso, alugam uma pequena casa no sítio de um casal de idosos reclusos. As filmagens parecem estar indo de vento em popa, até que os proprietários do local demonstram ser mais perigosos do que aparentavam.
O longa se passa em meados dos anos 1970 e parte de seu roteiro é construído na metalinguagem de se acompanhar atores e uma equipe produzindo um filme. O texto é bem escrito e os personagens são interessantes, cada um a sua maneira.
O foco principal é Maxine (Mia Goth), uma atriz iniciante que acredita que as produções adultas a levarão ao estrelato e à vida que ela acredita que merece. A personagem, jovem e bonita, faz um paralelo com a mulher idosa, o que fica ainda mais claro pela escolha do diretor de fazer ambas serem interpretadas pela mesma atriz, sob uma generosa camada de próteses e maquiagem.
Pode-se se dizer que o sexo e a luxúria também são personagens do longa, pois são o que movimenta, à primeira vista, não apenas as motivações do elenco e equipe do filme adulto, mas também a relação bizarra que o casal de idosos tem entre si e com o grupo de viajantes.
A história também tem uma camada mais profunda do que o sexo – ou a falta dele – que é a dicotomia entre velhice e juventude, beleza e decadência e como a sociedade trata o amor e o sexo de forma diferente, de acordo com o gênero e a idade.
“X – A Marca da Morte” tem uma bela fotografia, e experimenta um pouco na filmagem e na edição das passagens de cenas, mas sem apresentar nada de muito novo. Apesar de passar a primeira parte mais focado no desenvolvimento dos personagens e na criação de uma tensão crescente, a segunda é recheada de sangue e cenas gráficas, que contam com ótimos efeitos práticos.
Um prato cheio para quem gosta de um terror com uma narrativa interessante e também para aqueles que gostam de slasher e violência em cena, pois consegue obter um bom equilíbrio entre esses dois polos.
por Isabella Mendes – especial para CFNotícias
https://www.youtube.com/watch?v=bF9EhNvKbpo&feature=emb_logo
*Título assistido em Cabine de Imprensa promovida pela PlayArte Pictures.