Crítica: Nosso Amigo Extraordinário


“Nosso Amigo Extraordinário” (Jules) chega aos cinemas com uma história envolvente e emocionante. Mas, não se engane: o nome do título original do filme não é de uma pessoa, e sim de um ser alienígena que fará seu coração bater mais forte de emoção com toda a bondade que este extraterrestre dedica a seus amigos humanos.

Somos apresentados ao bondoso e solitário Milton Robinson (Ben Kingsley) que vive em uma pequena cidade americana e cuja única atividade é participar do conselho público do local, para reivindicar toda semana duas coisas: a mudança do slogan da cidade e uma faixa de pedestres em uma determinada rua.

Mas, sua vida muda radicalmente quando em uma noite, uma nave espacial cai em seu quintal e o tripulante é socorrido por ele, que passa a ter uma relação de amizade com essa extraordinária criatura.

Eles recebem ainda a ajuda das amigas Sandy (Harriet Sansom Harris) e Joyce (Jane Curtin) que, depois do susto inicial acabam sendo inseridas na vida do agora nomeado Jules (Jade Quon) que não fala, mas se expressa com o olhar.

Antes de tudo, vale dizer que este filme não é mais uma obra de ficção científica com termos técnicos e viagens interestelares, é uma comédia dramática, através da qual são tratados temas como a solidão e a velhice.

Ainda há a incredulidade, quando Milton tenta falar para a sua filha Denise (Zoe Winters) o que está acontecendo, mas ela prefere acreditar que seu pai está tendo problemas de memória.

“Nosso Amigo Extraordinário” possui um roteiro maravilhoso e denso (escrito por Gavin Steckler), com diálogos que precisam ser observados com cuidado para não se perder o fio da trama que está bem estruturada e que nos cativa do começo ao fim.

As interpretações não precisam nem ser comentadas, pois o trio Kingslay, Sansom e Curtin dá um show na tela, com toda a experiência e vida artística que cada um dos artistas possui.

Um ponto que percebi e é o que ocorre no mundo, na atualidade, é que algumas pessoas preferem acreditar em uma mentira a enxergar uma verdade extraordinária, e nem se dão ao trabalho de verificar se realmente a pessoa está falando algo concreto.

A produção dirigida por Marc Turtletaub é uma obra que faltava em nossas vidas tão corridas, quando esquecemos que os outros precisam ser vistos e ouvidos em suas necessidades ao chegarem a certa idade, e parecem tornar-se “invisíveis”, pois estão velhos e os jovens acham que sabem de tudo, mas não sabem nada.

Vá ao cinema conferir este filme maravilhoso que irá conquistar sua sensibilidade e levar você a outro nível de entendimento sobre a passagem de tempo na vida de uma pessoa.

por Clóvis Furlanetto – Editor

*Título assistido em Cabine de Imprensa Virtual promovida pela Synapse Distribution.