Crítica: Jorge da Capadócia


“Jorge da Capadócia”, o novo trabalho do diretor Alexandre Machafer (que também atua no papel principal), conta a história do Santo Jorge, conhecido aqui no Brasil como São Jorge.

Ambientado no ano de 303 D.C., o longa nos transporta para um momento crítico sob o reinado do imperador romano Diocleciano (Roberto Bom tempo). É nesse contexto turbulento que a história de Jorge, então soldado condecorado do exército romano, se vê em um grande dilema: obedecer cegamente ao imperador ou enfrentar a perseguição para proteger a fé cristã.

A adaptação para as telas é acompanhada pela publicação do livro “Jorge da Capadócia: Os bastidores do primeiro filme sobre o Santo Guerreiro”, uma colaboração entre o diretor Alexandre Machafer e a jornalista Crib Tanaka.

Esta abordagem multifacetada não se limita às fontes históricas, mas tece uma narrativa que respeita e honra a fé daqueles que admiram Jorge. O longa não apenas nos apresenta o retrato de um homem, mas mergulha na trajetória de um futuro santo, cuja figura ressoa em diversos países cristãos. A saga de Jorge é mais do que um mergulho na história, é uma reflexão sobre os embates entre poder temporal e espiritual.

O diretor Alexandre Machafer já embarcou em outras obras de tema religioso como “O Filho do Homem” (2019), que ofereceu uma visão humanista sobre a figura de Jesus. Agora,  Jorge da Capadócia” emerge como uma alternativa ao cinema nacional para aqueles que procuram títulos com conceitos interessantes a serem explorados.

A produção destaca também a inclusão de figurantes refugiados, que não apenas enriquecem visualmente o que se vê em tela, mas também lançam luz sobre as barreiras linguísticas enfrentadas pelos artistas estrangeiros.

Com sua estreia acontecendo hoje, 18 de abril, próximo ao dia de São Jorge (celebrado em 23 de abril), “Jorge da Capadócia” – dentro de suas limitações técnicas / orçamentárias – entrega uma experiência cinematográfica eficaz, assim como também celebra o legado deste guerreiro santo, cujas ações continuam a inspirar e fascinar gerações, introduzindo sua história para aqueles que ainda não a conhecem.

por Artur Francisco – especial para CFNotícias

*Título assistido em Cabine de Imprensa promovida pela Paris Filmes.