Crítica: Guerra Civil


O filme “Guerra Civil” (Civil War) se passa num país onde as tensões sociais se tornaram tão insustentáveis que o resultado foi o conflito armado. Nele, acompanhamos a viagem de quatro jornalistas registrando cenas do combate, enquanto viajam até Washigton D.C., em busca de uma entrevista com o Presidente, antes de um eventual embate com forças separatistas, na capital americana.

Usando essa proposta de road trip, com roteiro e direção de Alex Garland, “Guerra Civil” explora a destruição causada pelo conflito em cenários reconhecíveis entre Nova Iorque e Washington D.C. A familiaridade com os lugares, tipos apresentados e alguns discursos funciona em favor do longa.

As situações não parecem absurdas ou exageradas, embora quem conhece um pouco da sociedade americana, não consiga imaginar um motivo que uniria Texas e Califórnia do mesmo lado numa guerra. É assustador pensar que o que se passa na tela é algo possível.

O quarteto de jornalistas formado por Joel (Wagner Moura), Lee (Kirsten Dunst), Sammy (Stephen Mckinley Henderson) e Jessie (Cailee Spaeny), tem uma boa química e acompanhá-los nessa viagem é bem interessante.

Wagner Moura e Kirsten Dunst interpretam uma dupla de repórter e fotógrafa experientes e com a cumplicidade de anos trabalhando juntos. Eles se complementam: Lee se tornou cínica por cobrir várias guerras e não aceita bem a ideia de ver as mesmas cenas acontecendo no seu país. Joel é empolgado, vê no conflito a oportunidade de pôr seu nome na história. Os dois servem como mentores da inexperiente fotógrafa Jessie e são acompanhados pelo repórter idoso e rival, Sammy.

A produção tem 109 minutos. Não parece corrida e não tem tempo para muita exposição, discursos profundos, mas em nenhum momento você sente que está diante de um título raso sobre guerra.

É uma viagem tensa e não há alivio na chegada ao destino. O último ato amarra bem a história e o final é satisfatório e coerente com tudo o que foi apresentado. “Guerra Civil” é um ótimo filme, por imaginar uma situação que parece absurda, mas poderia estar bem próxima.

por Thyago Evangelista – especial para CFNotícias

*Título assistido em Pré-Estreia promovida pela Diamond Films.