Crítica: Ingresso para o Paraíso


Um companheirismo de tela já visto há anos: Julia Roberts e George Clooney retornam mais uma vez a parceria na comédia romântica “Ingresso para o Paraíso” (Ticket to Paradise), interpretando Georgia e David, respectivamente.

A narrativa mostra a polaridade desamorosa do casal que precisa se unir pelo bem (ou pelo mal) da filha Lily (papel de Kaitlyn Dever), após a decisão súbita de se casar com Gede (vivido por Maxime Bouttier), um nativo da ilha paradisíaca de Bali que ela conhece ao passar as férias após a formatura da faculdade de Direito.

Com direção de Ol Parker, mesmo diretor de “Mamma Mia: Lá vamos nós de novo!”, vemos aqui uma repetição da fórmula de comédias românticas sobre um casal que se odeia mas que no fundo se ama. Georgia e David estão separados há anos e não conseguem se encontrar sem trocar farpas.

O início do filme, com um monólogo entre os personagens alternando entre si, contando a história da relação é excelente. Somos rapidamente introduzidos à pegada humorística que virá a seguir, com piadas ácidas, rápidas e inteligentes. Algumas vezes são forçadas, mas a química entre Roberts e Clooney funciona muito bem e faz espairecer esse exagero.

Por outro lado, se ambos conseguem superar a marca de algo forçado, isso não se repete com Kaitlyn Dever e Maxime Bouttier. Sem muita explicação ou profundidade, seus personagens simplesmente se apaixonam e decidem se casar, mas todo esse romance não é mostrado no longa. A sensação que fica é a de uma fuga das responsabilidades que Lily tem, formada pela expectativa profissional imposta pelos pais.

“Ingresso para o Paraíso” introduz uma trama que não exagera nas expectativas e apresenta uma comédia que pode agradar a todos. A raiva entre os personagens e a forma que descobrem que na verdade se amam é muito clichê e talvez pudesse ter sido resolvida anos antes, com uma simples terapia de casal, mas como argumento principal do filme torna-se uma opção mediana para seguir.

Uma ótima oportunidade para ver em tela novamente Julia Roberts e George Clooney que são o verdadeiro valor da obra.

por Artur Francisco – especial para CFNotícias

*Título assistido em Cabine de Imprensa promovida pela Universal Pictures.