Crítica: Um Filme de Cinema
Entre as estreias dessa semana, uma produção nacional voltada para a introspecção e pensamento sobre a função do cinema e sua evolução, divergindo do senso comum que se apossou do país de que nossas melhores produções são, em sua maioria, comédias.
“Um Filme de Cinema” apresenta um roteiro simples e linear que buscar resgatar a inocência que deveríamos manter ao assistir a uma produção cinematográfica, para que nossa imersão possa ser maior.
A história narra a vida de Bebel (Bebel Mendonça), filha de Thiago (Rodrigo Scarpelli), um diretor desconhecido e que busca seu lugar entre os grandes nomes das produções cinematográficas, mas passa por uma fase de bloqueio criativo.
Enquanto isso, na escola Bebel recebe um trabalho de realizar um filme para apresentar aos colegas de sala, e começa a descobrir um novo mundo de experiências e pessoas com histórias únicas e singelas.
Há uma mescla de cenas de longas antigos de Charlie Chaplin e Buster Keaton, mestres do início do cinema que fornecem uma base importante para introduzir icônicos trabalhos aos espectadores que desconhecem estes grandes astros.
O que me chamou a atenção no roteiro de Thiago B. Mendonça (que também é diretor da produção) é que este parece se desenvolver à medida em que a história avança. Ou seja, temos a sensação de que foi um filme experimental, que deixou simplesmente acontecer as cenas, o que é ótimo, pois foge do tradicionalismo dos materiais audiovisuais centrados sempre nas mesmas tramas.
E também essa impressão de um roteiro livre vai de encontro com a atuação de Bebel, em sua busca por imagens, que escolhe seus protagonistas aleatoriamente e não tem ideia do que acontecerá na tomada seguinte.
Simplicidade, então, é a palavra mais importante em “Um Filme de Cinema”, obra feita para toda a família e que deve gerar grandes discussões sobre o cinema como um evento de diversão e entretenimento para estreitar os laços de amizade e familiares.
Assista com o coração aberto a esta experiência inovadora e com emoção do começo ao fim.
por Clóvis Furlanetto – Editor
*Título assistido em Cabine de Imprensa Virtual promovida pela Embaúba Filmes.