Crítica: Um Dia Para Sempre
Uma das lições que a vida nos ensina é a que, definitivamente, nem tudo que queremos acontece. Em determinados momentos é até frustrante que coisas importantes não sejam alcançadas ou que não sejam efetivamente realizadas por diversos motivos adversos. Mas, esta é a vida.
E, em “Um Dia Para Sempre” (Hello Again: A Wedding Day / Hello Again – Ein Tag für immer) esse é o contexto que Zazie, interpretada por Alicia von Rittberg, precisa enfrentar para finalmente desprender-se de viver o mesmo dia, todos os dias.
Zazie recebe um convite de casamento de seu melhor amigo de infância, Philipp (Tim Oliver Schultz), com sua rival, Franziska (Emilia Schüle). Com o desejo de impedir a cerimônia, a protagonista pede ajuda de seu amigo de quarto, Anton (Edin Hasanovic), mas ao falhar na missão, percebe que está presa num loop temporal.
Inspirado no filme “Feitiço do Tempo”, “Um Dia Para Sempre” apresenta uma narrativa muito curiosa sobre o amor. A construção do roteiro baseado na desilusão amorosa dos pais da protagonista cria uma base interessante para o desenrolar da trama. É consistente, inteligente e humorístico. Cada ponto da história é pensado de forma conjunta e desenvolve cada personagem que posteriormente serão importantes para o aprendizado de Zazie.
Outro ponto positivo é a cenografia. São diversos os detalhes apresentados em tela, que fazem parte não apenas do cerne da protagonista, mas também das características dos coadjuvantes.
A preocupação em entregar uma contínua história de um dia é de encher os olhos. Em conjunto, os atores e atrizes entregam um bom trabalho, em destaque Alicia von Rittberg, que precisa convencer o público da sua real desilusão sobre o amor.
A escolha da trilha sonora como parte da alteração de humor da personagem em viver o mesmo dia, todo dia, em contraste claro ao loop temporal, também complementa a obra como um todo.
Porém, a escolha final do roteiro, apresentando a lição de moral necessária para que Zazie pudesse desprender-se do loop temporal parece arrastada. O filme não é longo, mas a sensação é que muitos momentos poderiam ter sido simplificados para que o ato final pudesse ter sido mais bem trabalhado.
Dentro da temática de títulos em que o protagonista encontra-se preso no tempo-espaço até encontrar o verdadeiro motivo para o fim de sua trajetória, “Um Dia Para Sempre” apresenta-se como uma produção bem construída, com uma mensagem final interessante, além de divertir o telespectador.
por Artur Francisco – especial para CFNotícias
*Título assistido em Cabine de Imprensa Virtual promovida pela A2 Filmes.