Crítica: Sorria
Chega aos cinemas de todo o país uma produção que promete momentos de terror puro, mas com um sorriso no rosto: “Sorria” (Smile) apresenta uma nova forma de criar o medo no coração das pessoas.
Somos apresentados, logo de início, à doutora Rose Cotter (Sosie Bacon), terapeuta obcecada pelo trabalho, e que coloca sua vida profissional acima da pessoal em vários momentos, pois acredita que pode ajudar a salvar sempre uma vida, se puder estar presente em seu consultório em um grande hospital psiquiátrico.
Tudo muda quando atende Laura Weaver (Caitlin Stasey), uma paciente que aparentemente está sofrendo de alucinações e um surto psicótico. Quando Rose ouve seu relato perturbador, coisas estranhas começam a acontecer – inclusive o suicídio da jovem bem na sua frente.
A terapeuta passa a ser perseguida por algo (ou alguém) que a aterroriza com visões do passado (da própria mãe morta) e o sentimento de culpa da médica é levado ao extremo.
Mas ela precisará desvendar o mistério que cerca a morte de outras supostas vítimas de suicídio e combater o mal que está destruindo sua vida e afastando todos ao seu redor.
“Sorria” conta com momentos de pura adrenalina e outros em que os sustos ocorrem quando menos se espera. É sempre interessante acompanhar uma produção que tem a capacidade de causar impacto – muitas vezes através de sequências relativamente simples.
A trama escrita pelo diretor Peter Finn é centrada na vida pessoal e profissional da Doutora Rose Cotter, interpretada magistralmente por Sosie Bacon que consegue nos transmitir todos os sentimentos de culpa, apreensão, medo e insegurança que a personagem passa durante toda a história.
A ambientação mais escura e com tons de cores mais neutras reforça a intenção de criar um cenário assustador, claramente pensado para levar o espectador ao limite por não saber o que pode acontecer a cada cena (mas, já imaginando que haverá algum jump scare).
Já próximo ao final, o que passa quase a totalidade do filme como um grande mistério é, enfim, explicado. O desfecho inesperado e alucinante pode dividir opiniões, mas sorrir não parece uma opção válida sob nenhuma circunstância.
por Clóvis Furlanetto – Editor
*Título assistido em Cabine de Imprensa promovida pela Paramount Pictures.