Crítica: Quando a Morte Sussurra 2
“Quando a Morte Sussurra 2” (Tee Yod 2 / Death Whisperer 2) segue alguns moldes saturados, mas não se escora neles. É diferente, limpo, não tem excessos, nem redundâncias. Para quem não viu o primeiro (lançado em 2023), não é muito difícil entrar na história, mas alguns nomes não se ligam a informação nenhuma, e não dá para traçar uma cronologia instantânea e exata na cabeça.
Temos Yak (Nadech Kugimiya), um galã herói que conduz a narrativa, e é adversário de uma monstra-espírito, divulgada como espírito maligno, que contracena com o protagonista – ou seria ela a protagonista? O que é muito interessante, pois não está lá apenas para assustar de maneira cafona e patética, há uma atriz por trás da figura.
O filme entra na história da família de Yak sem nenhuma uma introdução preparatória para os desavisados que não conhecem o filme anterior. Uma conversa de compadres não anuncia com credibilidade o que está por vir. Mas vamos seguindo, e assim, ele vai tornando-se agradável, dentro do fundamental desagradável e incômodo do gênero terror.
É uma trama de vingança do mundo dos vivos contra o mundo dos mortos, dos mortos vivos. A morte injustificada que acontece no longa antecessor explica a caçada vista agora. Yak nunca desistiu de encontrar e derrotar o espírito demoníaco que matou sua irmã Yaem (Rattawadee Wongthong) alguns anos antes. A família quer abandonar essa tragédia no passado, mas ele não deixa.
Sua outra irmã, Yard (Jelilcha Kapaun), está prestes a casar, e todos querem alegria e não mais tristeza. Contudo, Yak não consegue largar essa obsessão e se une a outros personagens que surgem, e que também buscam vingança contra as trevas.
Eles adentram em uma floresta – significativa para a primeira história – em busca de seres que controlam o mal, desafiando seus mistérios. E como as entidades são traiçoeiras, confundem e dispersam o grupo, enquanto o espírito maligno avança e se aproxima cada vez mais da família do protagonista, que está nos preparativos do casamento de sua irmã, assombrando e amaldiçoando o enlace.
Com roteiro de Sorarat Jirabovornwisut e Palapon Pongpat, e direção de Taweewat Wantha, “Quando a Morte Sussurra 2” é um terror que merece ser visto. Despretensiosamente, é uma produção de qualidade e o final é surpreendentemente bom.
por Carlos Marroco – especial para CFNotícias
*Título assistido em Cabine de Imprensa Virtual promovida pela A2 Filmes.