Crítica: Plano de Aposentadoria


Os anos 1980 criaram um modelo próprio de filmes de ação, liderados por Sylvester Stallone e Arnold Schwarzenegger, que foi se prologando nos anos 1990 e gerou uma série de convenções para o gênero, as quais já foram satirizadas em produções como “Adrenalina” e “O Último Grande Herói”.

Em “Plano de Aposentadoria” (The Retirement Plan) temos garota Sarah (Thalia Campbell) que é enviada para a casa de Matt (Nicolas Cage), um avô que nunca conheceu – na verdade um agente secreto aposentado que precisa salvar sua família de um grupo de criminosos mas que se revelam apenas o início uma grande ameaça de nível nacional.

A história começa como uma perseguição tradicional de suspense e ação, mas com uma quantidade de frases e situações clichês que vão aumentando progressivamente, de maneira proposital, gerando uma paródia dos longas do gênero. Não por ser entupido de piadas ou satirizar uma franquia específica, mas por fazer uma obra que segue tão à risca a fórmula, que vira uma caricatura bem-feita da categoria, sem deixar de ser um título de ação competente por si só.

Coincidências demais que se repetem, atores com exageros dos heróis e vilões do estilo, cenas de combates com momentos bem caricatos, fora os comentários dos próprios personagens sobre os acontecimentos dos filmes, nos momentos de calmaria, refletindo as quão bizarras são as situações que passaram, mas que são tão comuns nesse tipo de produção.

Nicolas Cage está perfeito no papel, um agente extremamente talentoso, mas totalmente confuso em como lidar com a própria família. Um destaque fica para a relação entre Sarah e Bobo (Ron Perlman), o capanga mais inteligente dos vilões. Ela, cheia de fofura e medo, ele, com a elegância e presença de um mafioso que persegue a mãe da garota, alternando entre momentos de tensão, ao mesmo tempo em que conhecemos melhor cada um deles. Daria para ser uma trama só sobre isso que eu assistiria, tanto pelos diálogos divertidamente bem escritos, quanto pela atuação de ambos.

Contudo, se você for atrás de uma comédia tradicional vai se decepcionar, já que, primariamente, “Plano de Aposentadoria” é um longa de ação. E quem buscar uma obra frenética como “John Wick”, mas com piadas de alívio também pode não gostar.

Aqui temos um roteiro bem simples, um mundo sem muitas peculiaridades e combates que são eficientes, mas sem grandes coreografias. Uma diversão para o final de semana sem grandes pretensões, feita para relaxar, especialmente para os fãs de Nicolas Cage.

por Luiz Cecanecchia – especial para CFNotícias

*Título assistido em Pré-Estreia promovida pela A2 Filmes.