Crítica: O Tarô da Morte
Clássico formato do gênero. Um grupo de amigos jovens, solteiros e bonitos faz uma viagem para uma mansão mal assombrada. Juntos, envolvem-se com coisas sobrenaturais. E vão morrendo tragicamente, um por um, até sobrar o casalzinho de herói e heroína, e ponto final, acabou o filme. Fácil de ser descrito.
Seria simplesmente mais um título para passar na TV aberta de madrugada em sessões que somente os insones poderiam ver. Mas “O Tarô da Morte” (Tarot) tem uma ideia diferente.
Trazer para o cinema de terror o misticismo e a adivinhação das sedutoras cartas de tarô foi um muito sagaz. Os roteiristas e diretores Anna Halberg e Spenser Cohen trazem uma releitura dos tradicionais arcanos maiores do tarô, em uma versão endemoniada e assustadora.
Haley (Harriet Slater) e Grant (Adain Bradley), o casal de mocinhos; Paxton (Jacob Batalon), o amigo sem noção; Paige (Avantika), Lucas (Wolfgang Novogratz), Madeline (Humerly González) e Elise (Larsen Thompson) são os outros amigos da faculdade que completam o grupo.
Alugam um casarão no fim do mundo, para passar o final de semana. Encontram uma caixa de madeira com um estranho tarô. Haley, surpreendentemente, tem conhecimentos esotéricos e se propõe a ler a “sorte” dos amigos.
Em cada jogo, uma mensagem cifrada, para cada consulente uma carta derradeira e mortal. Os arcanos ganham vida, ou morte, para o tormento fatal de cada um.
Uma criação fértil e encapetada dos sóbrios personagens das cartas. Destaque para a cena do Mago, aqui mágico, pois há uma genial e hilária plateia, que dá um tom de deboche, sarcasmo e ridículo, e te leva para outro filme dentro do filme.
Um bom tempo de duração (1h32), onde se conta a história com todas as suas nuances, tem começo, meio e fim, e um engenhoso desfecho. É um tempo suficiente, conta sua história e tchau!
“O Tarô da Morte” segue com uma dinâmica não somente óbvia, salpicada de clichês necessários, arquétipos não tão vistos e estereótipos a escolher. No final há uma compensadora inversão de valores, que te faz sair do cinema mais satisfeito do que se poderia esperar.
por Carlos Marroco – especial para CFNotícias
*Título assistido em Pré-Estreia promovida pela Sony Pictures.