Crítica: O Mar ao Amanhecer


omar_textoO cenário é a França em 1941. Diferente da beleza e glamour associados ao país, o filme conta a história da derrota Francesa pelo exército de Adolf Hitler. Agravada pela colaboração de parte da população. Situação causada pelos próprios alemães que buscavam dominar o território de maneira mais calma.

Mesmo se tratando o momento mais triste da história francesa, por isso, fica a dica para os que gostam de filmes apenas para diversão. É tenso, triste e em alguns momentos pode beirar a apelação por tentar mostrar o sentimento em relação a falta de opção dos reféns do exército alemão.

O roteiro é bem didático, narrando simultaneamente, a repercussão da morte de um soldado alemão,  por membros da resistência, e a história dos jovens que, em sua maioria, compartilham dos mesmos ideais comunistas dos assassinos, e que serão mortos em uma estratégia de retaliação imposta por Hitler.

Um adolescente – importante ressaltar a brilhante interpretação do ator Léo-Paul Salmain – que sonha com o beijo da menina amada. Um prisioneiro, que vive á esperança de ser solto, e seguir sua vida com sua esposa que o espera, diariamente, na porta do campo de prisão. Um soldado com pouco hábil nas funções que lhe são impostas. Essas são as histórias mais evidentes da trama.

Um administrador francês é incumbido da missão de escolher, quem serão os 150 franceses mortos, e nem o apelo á sensibilidade e a moral do povo, feito por um padre, restringe os alemães e os franceses colaboracionistas de seguirem com as ordens do Führer.

A partir de em tão, reafirmo o que já mencionei no início, trata-se de cenas com carga emocional forte. O espectador é levado a detalhes dificilmente vistos em filmes que falam de nazismo. A cena em que os cartas de despedida ás famílias são escritas, expressa sentimentos semelhantes aos vividos por eles como medo, aflição e sensação de não ter para onde correr.

Outra cena semelhante é a da execução. Aqui o diretor Volker Schlöndorff evidencia a estética nazista. A forma como aconteciam, eram verdadeiros rituais. Evidenciando então, a beleza enxergada por eles no ato de defender o país, a partir de ideais nazistas. E para o espectador, a experiência de viver a agonia dos minutos finais na vida de dezenas de vítimas.

Não é exagero afirmar que, praticamente todas as interpretações, transmitem uma realidade incomum, ocasionada pela intimidade dos atores com o texto. Brilhante e comovente. A forma os personagens se mantém irredutíveis aos seus ideais, bradando o desejo de liberdade até a hora da morte, encerra o filme de maneira simples e honrosa.

por Vinícius Araújo – Especial para CFNotícias