Crítica: O Enigma da Rosa
Dirigido por Josué Ramos, “O Enigma da Rosa” (Bajo La Rosa) retrata a história do casal Oliver (Pedro Casablanc) e Julia (Elisabet Gelabert), que tem sua filha caçula Sara (Patricia Olmedo) raptada. Conforme os dias passam, a angústia por notícias da menina aumenta, até que eles recebem um telefone de um homem desconhecido, afirmando que está com a garota, e que deseja encontrá-los pessoalmente.
O filme começa bem, entretanto o desenvolvimento da história pode parecer confuso. Conforme as cenas avançam, é possível criar especulações diferentes do que aconteceu para que as circunstâncias chegassem àquele ponto. O desespero da família é perfeitamente aceitável diante do sumiço da criança, porém, quando o sequestrador adentra a residência, sua única exigência é que os familiares revelem um segredo.
É neste momento que uma tensão é criada, e conforme as confidências vão surgindo, mais parece que a família está participando do famoso jogo “verdade ou desafio”, pois, para cada segredo revelado existe uma consequência sugerida pelo sequestrador. Em alguns momentos, o longa dá a entender que os castigos aplicados servem como uma lição de moral pelos erros cometidos no passado.
Embora o desenvolvimento da história pareça um pouco sem nexo, o final com certeza é plausível e justificável perante tamanha crueldade revelada no último segredo. Além disso, por mais que seja um suspense, a produção fez questão de deixar uma única pista como referência logo nas primeiras cenas, e é esse desenvolvimento que representará um desfecho categórico.
O longa não está entre os melhores do ano, acredito que muito do que foi exibido poderia ter sido aprimorado em diversos aspectos. Porém, nem tudo são pontos negativos, já que o filme buscou abordar defeitos e características específicas de um ambiente familiar tóxico, no qual a única pessoa relativamente pura é a personagem Sara.
Todos ali cometeram alguma obscuridade em seu passado, e para cada erro há uma consequência. Esse foi um modo assertivo da produção tentar mostrar ao espectador que nada fica impune e que um segredo pode custar muita coisa.
por Victória Profirio – especial para CFNotícias