Crítica: Ben-Hur


Chega aos cinemas a nova versão do clássico inspirado no livro de Lew Wallace: “Ben-Hur”. No elenco, nomes de peso como Rodrigo Santoro (Jesus Cristo), Morgan Freeman (Sheik IIderim) e Jack Huston (Ben-Hur).

benhur002O filme conta a história de dois irmãos inseparáveis, Judah (Jack Huston) e Messala (Toby Kebbell) – este, adotado e com descendência romana o que torna sua condição de pária mais evidente na sociedade em que vive. Depois de um acidente, ele parte em busca de identidade nas legiões romanas. Ao voltar, uma sucessão de fatos o leva a transformar seu irmão adotivo em escravo e prender sua mãe e irmã. Tudo culminará no momento em que, como inimigos em lados opostos, os protagonistas se enfrentarão na conhecida corrida de biga de Pôncio Pilatos.

A produção não tenta ser um remake do original de 1959 com  Charlton Heston no papel principal e que levou 11 Oscars da academia. A história foi adaptada e apresenta temas mais leves como o perdão e a justiça. Ben-Hur volta do exílio com a determinação de buscar sua mãe, irmã e esposa e tentar recomeçar, mas a sede de Messala por sangue não o deixará em paz. Neste ponto temos a interferência de Sheik IIderim (Freeman) que ajudará o jovem a canalizar suas forças para se tornar um novo homem. E aí temos a importante participação de Jesus (Santoro) que mostrará que o caminho da redenção não é pela vingança, mas pelo perdão.

Esta tem sido uma crítica frequente sobre a releitura, pois como podemos perdoar quem tanto mal causou? Talvez o melhor seja assistir ao filme e ponderar sobre as escolhas de cada personagem. Nem todos são santos ou fizeram o que deveriam para melhorar a situação. Então, talvez levar em consideração que nem tudo é preto no branco e que existem áreas cinzentas, possa elucidar algumas destas questões.

A participação de Rodrigo Santoro está na medida certa. Ao representar Jesus Cristo ele aparece em momentos chaves da trama, quando Ben-Hur mais necessita, e mesmo que as ações não sejam não totalmente direcionadas a ele, darão destaque e melhor entendimento ao seu sofrimento. E o ator, em minha opinião, está em um ótimo momento da carreira; após anos em Hollywood acredito que ele chegou no ponto adequado de evoluir e alcançar ótimos papeis.

O grande ápice do filme é a alucinante corrida de bigas. Mesmo que seja uma ficção na telona, não tira o mérito histórico da realidade de “pão e circo” oferecida às massas famintas e sedentas para se esquecerem de seus problemas e da dura realidade da opressão romana.

Apronte sua legião de soldados e vá ao cinema preparado para uma grande aventura épica.

por Clóvis Furlanetto – editor