Crítica: Men – Faces do Medo


Temos uma estreia intrigante nos cinemas brasileiros, que fará o público pensar em como a mente humana é complexa e complicada. Mas a grande pergunta que ficará no ar é: é realmente a mente ou outra coisa mais terrível é a causa de um terror tão insano?

Em “Men – Faces do Medo” (Men) somos apresentados a fatos que levaram Harper (Jessie Buckley) a se retirar e isolar sozinha no interior da Inglaterra para tentar se curar de uma tragédia pessoal.

Porém, o que ela não poderia imaginar é que sua esperança de cura se transformaria em um hediondo e assustador pesadelo, quando passa a ser perseguida por alguém (ou algo) que parece disposto a tudo para tornar sua vida insuportável.

O cineasta Alex Garland, que é mais conhecido pela obra “Ex-Machina: Instinto Artificial”, de 2014, entrega agora um filme sombrio que, em minha opinião, pode ser classificado primordialmente como terror psicológico, pois as situações pelas quais a protagonista passa são de uma complexidade que apenas uma mente que possui algum tipo de problema ou culpa poderia criar.

É aí que está o problema: serão eventos criados pela imaginação de Harper ou é algo que envereda pelo lado sobrenatural? É com maestria que Alex Garland (que escreve e dirige a produção) nos conduz por um intrincado enredo que ora mostra-se como um maravilhoso passeio por lugares lindos no campo inglês, com uma trilha sonora que permite que nossa imaginação e sentidos entrem em uma união lúdica, ora oferece momentos de puro horror e situações sombrias ao extremo.

O foco da trama é em Harper e sua interação com os moradores locais, onde está localizada a casa que alugou – que por sinal é um exemplo impecável da arquitetura medieval inglesa com toques modernos – mas sua vida passa de um almejado sonho de paz a um instigante pesadelo a cada novo ataque que sofre ao longo de suas caminhadas ou tentativas de ficar a sós.

“Men – Faces do Medo” é o tipo de filme que quanto menos se souber a respeito, melhor será a experiência de assistir, então, contar mais detalhes poderá estragar as descobertas que cada um precisa fazer por si mesmo.

Caso seja fã desse gênero de terror mais voltado para o emocional (ainda que tenha cenas muito explícitas, principalmente na parte final), experimente a imersão nesta obra fílmica que fará você pensar se a realidade é o que vemos ou o que esperamos que seja.

por Clóvis Furlanetto – Editor

*Título assistido em Cabine de Imprensa Virtual promovida pela Paris Filmes.