Crítica: Máquinas Mortais
Chega aos cinemas a nova produção sobre um futuro pós-apocalíptico em que os sobreviventes desenvolveram suas próprias tecnologias predatórias para manter a supremacia dos mais fortes sobre os mais fracos. “Máquinas Mortais” (Mortais Engines) é a estreia da semana.
Antes de qualquer coisa, é importante dizer que “Máquinas Mortais” é baseada em uma série de livros do autor Philip Reeve e nos conta a história da civilização humana que foi destruída após uma guerra com uma poderosa arma. Milhares de anos depois, a humanidade ressurge agora adaptada a uma nova realidade: um planeta Terra devastado e sem quase recursos naturais.
As cidades que sobreviveram criaram um sistema que as transformou em plataformas móveis e se locomovem pelas áridas regiões buscando e destruindo outras cidades que sejam menores para roubar seus recursos.
Na trama central, temos o personagem Thaddeus Valentine (Hugo Weaving) que é tido como um herói pela população de Londres – uma das maiores e mais devastadoras cidades móveis existentes. Ele busca artefatos “Old Tech” (Tecnologia Antiga) de antes da devastação, para atacar seus inimigos que são pessoas que não se renderam aos métodos canibalescos das cidades móveis, vivem em uma localização fixa protegidos por um enorme e intransponível muro e são conhecidos como antitracionistas.
Valentine descobre que a arqueóloga Pandora Shaw (Caren Pistoruis) encontrou um artefato muito poderoso e a mata para ficar com a peça. A filha de Pandora, Hester Shaw (Hera Hilmar), tenta impedir o brutal assassinato de sua mãe, mas acaba tendo seu rosto mutilado.
Hester foge e anos depois planeja uma vingança contra Valentine, mas seus planos podem ter que esperar, pois uma ameaça muito maior está se desenrolando nos sombrios corredores da Londres móvel e se ela e seus aliados não impedirem pode ser o fim da esperança para as poucas pessoas boas que ainda existem.
Bom, não dei nenhum spoiler e não darei, mas preciso explicar que quem não leu os livros irá amar este filme produzido por Peter Jackson e dirigido por Christian Reeve, pois temos cidades móveis fantásticas, cenários grandiosos e ação do começo ao fim.
Mas, quem leu a saga corre o risco real de se decepcionar, pois a roteirização alterou alguns elementos importantes e colocou alguns clichês cinematográficos para agradar nas telas, pois na literatura a história é muito mais pesada e trágica.
Fica o meu conselho: lendo ou não lendo as obras em papel, o filme vale a pena de ser visto e analisado em sua visão do futuro da humanidade que acredito não ser uma situação tão improvável de ser vivenciada um dia (infelizmente).
Vá ao cinema e conclua por si mesmo se a humanidade merece uma segunda chance.
Por Clóvis Furlanetto – Editor “Fly Boy”