Crítica: Maestro


Bradley Cooper, ao longo dos últimos anos, tem se mostrado não apenas um excelente ator, versátil em diversos gêneros cinematográficos, como também com habilidade em funções técnicas de Hollywood.

Em sua nova empreitada, vem o lançamento de “Maestro”, uma colaboração com a plataforma de streaming Netflix, baseado na vida de Leonard Bernstein – um dos maiores maestros da história da música clássica. Cooper além de dirigir e atuar também roteiriza e produz o filme.

A história de Leonard Bernstein, o grande maestro americano, é complexa e cheia de altos e baixos. Sua ascensão ocorre em 14 de novembro de 1943, quando ainda era apenas um assistente de regência na Orquestra Filarmônica de Nova York, ao receber uma ligação que mudaria a sua vida: naquela noite, o maestro convidado, pegou uma gripe e teria de ser substituído.

A partir daí, vemos então a transformação magistral de uma das figuras mais importantes da música. O roteiro é tão bem produzido que a inserção das cenas e momentos importantes da história do personagem ocorrem de forma leve e quase imperceptível – quando você observa já está lá, mais um coadjuvante importante na história.

E claro, a atuação de Cooper é, de longe, uma das melhores de sua carreira. A maquiagem transforma o ator e dá vida a uma atuação ímpar. Os trejeitos, a forma de reger, de falar, tudo é bem representado no filme. Mas não apenas Cooper atua bem, como também Carrey Mulligan que dá vida à Felicia Montealegre, esposa de Bernstein.

Eu me arrisco a dizer que o longa é mais sobre Felícia do que o próprio Leonard. Ou talvez o seja uma dança harmônica sobre os dois, seus conflitos e sobre seus amores. E Carrey Mulligan não apenas dá um excelente show de atuação, como nos faz entender todo sofrimento junto ao amor que ela tem pelo marido.

Leonard Bernstein era gay e mantinha relações com outras pessoas abertamente, através de um acordo entre o casal. Mas, tal decisão fazia Felicia sofrer, independentemente do amor que tinha pelo companheiro de décadas e pai de seus três filhos.

“Maestro” é um acerto gigantesco na carreira de Bradley Cooper. Os enquadramentos, as atuações, a música, o conjunto em sua totalidade é bem explorado. Ainda que a cinebiografia seja lançada em breve na plataforma da Netflix (em 20 de dezembro), segue como uma opção para se ver em tela grande.

É uma obra de arte que não deve passar despercebida pelos principais prêmios do cinema, assim como a carreira de Leonard Bernstein também não passou despercebida pela música.

por Artur Francisco – especial para CFNotícias

*Titulo assistido em Cabine de Imprensa promovida pela O2 Play Filmes e Netflix.