Crítica: Livre
O longa livre é a adaptação do livro “Livre – A jornada de uma mulher em busca do recomeço” de Cheryl Strayed. O roteiro é baseado em uma história real, que conta parte da vida de uma jovem que decidiu caminhar pela Pacific Crest Trail para buscar respostas sobre si mesma.
Cheryl (Reese Whiterspon) determina que vai caminhar 4.200 km em uma trilha perigosa, ela não tem experiência nenhuma e parece que as coisas serão muito difíceis. É em ver se a garota irá ou não conseguir terminar o percurso que o filme se desenrola, porém há também os detalhes da vida de Strayed, o longa não entrega logo de cara o porque a moça decidiu passar por uma situação tão complicada.
Ao longo da jornada de Cheryl a trama começa a entregar a história dela, com uma narrativa não-linear, um pouco clichê, mas muito bem escolhida, pois deixou o filme dinâmico, a trama dessa forma apresenta muito bem a personagem e suas características. O roteiro consegue instigar muito bem a curiosidade do espectador.
A trilha sonora é muito bem pensada, músicas que retratam bem a época vivida por Cheryl, e as letras das canções sempre fazem diálogo com as cenas o que é muito legal. A fotografia do filme também é impecável.
Outro aspecto interessante do longa é a abordagem feminista, a iniciativa de Reese Whiterspoon (ela que fez a produção do filme) de trazer esse relato ao cinema é de muito bom gosto, pois aborda uma discussão atualmente muito debatida sobre ser uma mulher dona de si mesma. O paralelo da vida de Cheryl com a da sua mãe é inteligente para mostrar a diferença entre a mulher de antes e a de agora. Um dilema vivido por muitas que devem escolher entre viver pra si ou para a família.
Livre é um longa que da um foco muito grande na protagonista, e fazer Cheryl não deve ter sido fácil, porém Whiterspoon teve uma atuação sensacional, para ninguém coloca defeito, ela que já ganhou Oscar com Johnny e June em 2005, e desde então fez longas como E se fosse verdade, Água para elefantes e Sem evidências, que tiveram boas atuações, porém nada tão grandioso como em Livre. Dez anos depois da excepcional June a atriz entra novamente em destaque.
O filme fala sobre superação, mudanças, recomeço, aceitação, sobre os mistérios da vida e desafios e vale a pena conferir essa história que é emocionante, intrigante e um bom incentivo para quem está um pouco triste.
por Tatiane Teixeira – Especial para CFNotícias