Crítica: Jogador Nº1
Chega aos cinemas a adaptação cinematográfica da obra homônima de Ernest Cline, Jogador Nº1 (Ready Player One) que é ambientada em um mundo totalmente virtual conhecido como Oasis e que proporcionará aos fãs de ficção e fantasia vários motivos para não perderem essa odisseia digital.
Passada no ano de 2045, a trama nos apresenta a história do jovem Wade Watts (Tye Sheridan) que tem uma vida difícil no mundo real, assim como boa parte da população do planeta. Mas, com a criação do gênio da computação James Halliday (Mark Rylance), todos agora podem desfrutar de momentos maravilhosos fora de uma realidade opressora.
Tudo muda quando Halliday morre e propõe um jogo a todos os usuários do Oasis: quem desvendar seus enigmas e coletar as três chaves será o novo senhor do mundo virtual. Aí temos uma óbvia corrida desenfreada para ver quem será o primeiro a desvendar o mistério. Uma empresa chamada AIO chefiada pelo nefasto Nolan Sorrento (Ben Mendelsohn) fará de tudo para ser a vencedora, pois assim transformará esse paraíso em um lugar de anúncios e serviços pagos.
Wade correrá contra o tempo para não permitir que Sorrento vença e destrua o sonho de Halliday, mas os desafios podem ser grandes demais e só com muita força de vontade e astúcia ele poderá ter alguma chance contra os percalços que encontrará.
Jogador Nº 1 é um resgate delicioso de uma época que deixou saudades. Temos referências magníficas da década de 1980 e seus espetaculares jogos, músicas, filmes e uma porção de coisas que farão os mais saudosistas terem corrimento lacrimal agudo. Ao assistir ao filme preste atenção a todos os detalhes, pois são tantas coisas ao mesmo tempo, que se piscar perdeu.
Minha maior preocupação era que Spielberg tivesse mutilado o livro, pois a versão em papel é extremamente rica em detalhes e as provas pelas quais Wade passa são incríveis e o problema seria conseguir passar tudo isso para a telona. Claro, que ocorreram mudanças, para muitas eu torci o nariz, mas entendi o motivo e ficaram ótimas no longa, outras eram desnecessárias e mesmo assim não afetam a linha de raciocínio. Por este motivo se você já leu a obra prepare-se para não encontrar alguns dos elementos que estávamos esperando, mas se não leu faça isso depois de assistir à versão cinematográfica, assim terá uma complementação muito clara sobre certos pontos.
As atuações estão dentro do esperado para o estilo de filme, mas são o de menos: o que queremos mesmo são as partes visuais que estão maravilhosas. A recriação de ambientes vai deixar até o mais cético de queixo caído. E a trilha sonora, como esperado, é s-e-n-s-a-c-i-o-n-a-l.
Estou me controlando para não contar nada de mais explícito, por isso vou dizer mais uma coisa e só: Vá ao cinema para ter uma grande experiência e reviver uma época que deixou saudades. Vale a pena mesmo.
Recarregue seu Mr. Fusion, acerte as coordenadas temporais no painel, veja se o capacitor de fluxo está ativo e viaje para a diversão.
Por Clóvis Furlanetto – Editor “80´s”