Crítica: Jexi – Um celular sem filtro


Se a função de uma boa comédia é arrancar risos, “Jexi – Um celular sem filtro” (Jexi) faz isso com uma pegada um tanto quanto “pastelão”, ainda que em alguns momentos possa parecer um pouco apelativa. Com roteiro e direção de Jon Lucas e Scott Moore, o longa faz uma crítica bem humorada a uma sociedade cada vez mais conectada à tecnologia.

O foco da narrativa é a vida de Phil (Adam DeVine), um jovem que desde a infância usou o celular para escapar da realidade. Jornalista, sente que desperdiça seu tempo criando listas virais na internet, enquanto sonha em trabalhar com “notícias reais”. Sem amigos, ele acaba fantasiando uma vida perfeita em redes sociais.

O longa aborda a relação do protagonista com o aparelho, afinal, ele usa o celular para tudo – o que não é uma novidade, é só olhar em volta ou para você mesmo. O cenário começa a mudar quando Phill literalmente esbarra em Cate (Alexandra Shipp), e neste clichê cinematográfico há um encantamento instantâneo e simultaneamente seu precioso aparelho sofre danos irreparáveis.

Quando o jornalista de listas compra um novo dispositivo, ele tem contato com “Jexi” uma inteligência artificial que, ao decorrer do filme se mostra capaz de ter emoções humanas, como senso de humor, raiva, paixão e ciúmes. O propósito da Inteligência Artificial (IA) é melhorar a vida de Phil, em todos os aspectos.

Jexi (voz de Rose Byrne) é tão eficaz que, mesmo a contra gosto, Phil muda seus hábitos e acaba – com uma ajudinha da IA – se aproximando de Cate. Assim, ele vai perdendo o interesse pelo mundo virtual e começa a viver experiências reais, mas de repente, sua vida vira um inferno, pois da mesma forma que sua tecnologia construiu cenários positivos, ela se esforça em construir outros terrivelmente negativos.

O roteiro não é inovador, recheado de relacionamentos rasos e personagens com grande potencial, contudo mal explorados, como o interpretado por Michael Peña, que possuiu uma veia cômica inegável e em suas poucas aparições rende boas risadas.

“Jexi – Um celular sem filtro” é um ótimo filme para quem não quer fugir de temas sérios e de quebra dar umas risadinhas, mais um besteirol norte-americano… Ah! E aguardem, pois tem cena pós crédito.

por Carla Mendes – especial para CFNotícias

*Filme assistido durante Cabine de Imprensa promovida pela Diamond Films.