Crítica: Herói de Sangue


“Herói de Sangue” (Tirailleurs) é um tipo diferente de filme de guerra. Ele não só tem como contexto de fundo uma guerra, mas mostra uma perspectiva diferente da qual geralmente é apresentada em Hollywood.

No filme, somos apresentados a uma família senegalesa durante a Primeira Guerra Mundial e vemos como vários homens eram obrigados a se alistar no exército francês. Nesse contexto, o jovem Thierno (Alassene Diong) de apenas 17 anos é levado, à força, pelo exército da França e seu pai Bakary (Omar Sy), não consegue impedir.

A partir disso, Bakary decide se alistar voluntariamente ao exército, determinado a proteger seu filho e conseguir voltar com ele para sua aldeia de origem.

A trama é um emocionante relato sobre colonialismo, preconceito e a violência da guerra, que vai afetando aos poucos a relação de Bakary com seu filho.  Omar Sy, que também está na produção do filme, consegue demonstrar em tela, a tristeza e preocupação que Bakary sente em ter que viver com o filho aquela situação. A tensão entre pai e filho aumenta ainda mais quando, ao invés de querer voltar, o jovem Thierno começa a se interessar pela vida no exército.

O diretor Mathieu Vadepied consegue explicitar em tela, de forma quase minimalista, a violência e os horrores da guerra e os sentimentos confusos e conturbados dos personagens centrais, além de relembrar o passado de Senegal como colônia francesa, coisa que é pouco explorada pelo cinema.

O longa tem um ritmo lento, mas dedica tempo para construir os personagens e demonstrar como a guerra os afeta. “Herói de Sangue” é uma obra comovente e uma aula de História também.

por Isabella Mendes – especial para CFNotícias

*Título assistido em Cabine de Imprensa Virtual promovida pela Synapse Distribution.