Crítica: Downton Abbey II – Uma Nova Era
“Downton Abbey – Uma Nova Era” (Downton Abbey – A New Era) é o segundo filme da aclamada série de televisão “Downton Abbey”. Apesar de sete temporadas de história da série homônima (2010 – 2015), além do primeiro filme (2019), o novo longa pode, tranquilamente, ser assistido de forma independente, por contar uma história completa em si mesma.
Passada nos anos finais da década de 1920 e começando com um casamento, a trama retrata bem a chegada de uma nova era, em que os Crawley se prepara para a chegada dos anos 1930 e suas novidades – e dificuldades.
A família tem que lidar com questões financeiras complicadas, como a urgência no reparo do telhado da propriedade que está cheio de goteiras e a necessidade de mais posses. A nova era também fica clara ao vermos Lady Mary, interpretada por Michelle Dockery tomar as rédeas da propriedade, bastão passado por Lady Violet.
A trama se divide em duas partes: um filme mudo que é gravado em Downton Abbey, em Yorkshire, e uma misteriosa villa no sul da França que a viúva Crawley herdou de um Marquês francês e decide passar para sua bisneta Sylbie. As duas partes se complementam bem e marcam de forma interessante a chegada dessa nova era, do avanço da indústria cinematográfica e de novas possibilidades, e descobertas, do passado da família.
O segundo título da franquia consegue apresentar seus personagens de forma aprofundada, mas com uma notável leveza e bom humor, trazendo às telas a já conhecida elegância dos integrantes da família Crawley e todo o glamour da residência. Os cenários continuam belíssimos e os figurinos seguem impecáveis.
Mostrar como era gravado um filme na década de 1920 foi uma ótima escolha de roteiro, assim como retratar o princípio do cinema falado, que torna cada vez mais obsoleto o cinema mudo, fato que movimenta bem a história.
A equipe de filmagem, com todos seus técnicos e atores, proporciona bons momentos, tanto no núcleo dos patrões quanto dos empregados. O misto de desgosto e fascinação pelo cinema demonstrado pelos moradores de Downton rende ótimos momentos de humor.
A chegada de uma parte da família à villa francesa, em que não são totalmente bem vindos, também rende ótimas cenas, onde cada personagem é bem aproveitado, sem nenhuma ponta solta.
O texto é bem escrito e equilibrado, e o grande trunfo são as atuações, com destaque à Maggie Smith que interpreta a irreverente Violet Crawley, que recebeu um carinho especial, e merecido, do roteiro.
O diretor Simon Curtis, não traz grandes inovações à saga, nem tenta fazer grandes estripulias cinematográficas, mas acerta no equilíbrio entre a nostalgia dos fãs e uma história bem contada que pode ser assistida isoladamente do resto da franquia e que, apesar de bem encerrada, não fecha as portas para continuações no futuro.
por Isabella Mendes – especial para CF Notícias
*Título assistido em Cabine de Imprensa promovida pela Universal Pictures.