Crítica: D.P.A. 3 – Uma Aventura no Fim do Mundo


É muito bom para o público (e imagino ser gratificante para os criadores) quando uma obra consegue expandir seus horizontes para as mais diversas plataformas, mantendo a qualidade original.

Isso acontece com “D. P. A. – Detetives do Prédio Azul”, série televisiva, atualmente em sua 16ª temporada, que já ganhou adaptação para o teatro e agora completa sua trilogia cinematográfica com a estreia de “D. P. A. 3 – Uma Aventura no Fim do Mundo”, mantendo os fãs fiéis e conquistando novos com facilidade.

Dirigido por Mauro Lima, o longa estreia após quase dois anos de atraso, devido à Pandemia de Covid-19, com a missão de reconquistar o público frequentador de cinema.

Para isso, aposta não só na ação prometida no título, mas na responsabilidade de ser a produção que encerra o ciclo dos personagens Sol, Bento e Pippo (Letícia Braga, Anderson Lima e Pedro Motta, respectivamente), já que o trio – agora adolescente – segue outros caminhos profissionais e não faz mais parte do elenco fixo da série, que conta com novos nomes para dar continuidade aos mistérios.

A aventura tem como base a busca dos detetives pela metade faltante do poderoso Medalhão de Uzur, artefato encontrado em parte por Severino (Ronaldo Reis), que acabou possuído por sua magia, assumindo o inesperado papel de vilão da história. Junto à jovem feiticeira Berenice (Nicole Orsini), caberá ao trio descobrir o que será necessário para resgatar a personalidade do simpático porteiro de volta.

Além dos óbvios percalços causados pela distância – uma vez que o “Fim do Mundo” atende pelo nome de Ushuaia, a cidade mais ao sul do mundo, na Patagônia Argentina – os amigos ainda terão que enfrentar as ardilosas bruxas Duvíbora (Alexandra Richter) e Dunhoca (Klara Castanho), mãe e filha que também têm interesse nos poderes do medalhão e farão de tudo para conquistá-lo para fins não tão louváveis.

Com parte dos acontecimentos passada no Rio de Janeiro – locação padrão da série – ao focar em locações diferenciadas, o filme acerta muito. Os cenários inéditos ganham merecida valorização, com direito a um belíssimo contraste entre a brancura luminosa da neve e as cores vibrantes das roupas dos personagens.

Também é evidente a sintonia entre os protagonistas que amplificam a grandiosidade da narrativa roteirizada por Laura Malin e a transformam em algo que consegue ser tão interessante – na parte da ação, propriamente dita – quanto emocionante (ao mostrar a importância de se lutar pelo bem estar daqueles que amamos, mesmo quando as circunstâncias não são das mais favoráveis).

Entre as participações especiais, destaque para a aparição dos “Inspetores de La Casa Naranja”, os argentinos Pablo, Alejandra e Juanita. E para Lázaro Ramos, que dá vida ao Mago Elergun, o excêntrico proprietário de uma Fábrica de Doce de Leite, cuja exposição em tela é rápida, mas muito marcante e divertida.

Vale conferir.

por Angela Debellis

*Texto originalmente publicado no site A Toupeira.