Crítica: Chamas da Vingança
O cinema já foi presenteado com diversas adaptações de livros do famoso escritor Stephen King. Alguns, sem dúvida, memoráveis, e outros que devem ser esquecidos pela sua qualidade duvidosa.
Desta vez, e mais uma vez, é “Chamas da Vingança” (Firestarter)que recebe uma luz ao sol. O filme é um remake do longa de 1984, desta vez estrelado por Zac Efron, Ryan Kiera Armstrong e Sydney Lemmon.
Direto ao ponto, a nova versão tem um roteiro preguiçoso, arrastado e enrolado. A história tenta repaginar com novas tecnologias, envolvendo melhor a história da família, mas traz resoluções simples e rápidas.
Temos uma garotinha de oito anos chamada Charlie (Ryan Kiera Armstrong), tentando aprender a usar suas habilidades paranormais enquanto enfrenta uma avalanche de emoções em volta de seu crescimento. Seus pais Andy e Vicky (Zac Efron e Sydney Lemmon), no passado foram cobaias de um experimento farmacêutico que originou os poderes de ambos. Assim, Charlie é única e torna-se alvo da mesma agência que testou os fármacos nos pais.
A história pouco foca em qualquer discussão social ou moral, mas tenta se vender como um filme de super-herói e o caminho para o desenvolvimento de seus poderes. Mas falha, ao tentar emplacar algum tipo de simpatia entre o filme e a audiência. Parece uma sátira de um longa dos anos 1980 que tenta se levar a sério, mesmo sabendo dos seus defeitos.
A violência é usada e abusada, mas como uma ferramenta para criar uma obra realmente de suspense/terror. Alguns momentos tornam repulsivas as ações de Charlie, ao mesmo tempo em que o roteiro visa transformá-la em uma inocente, levando a uma incoerência moral. Além disso, as atuações das personagens deixam e muito a desejar, em destaque para Zac Efron, que após uma longa bagagem cinematográfica, parece não entregar nem ao menos o básico.
O ponto positivo na produção é a fantástica trilha sonora encabeçada por John Carpenter, que entrega um suspense e nostalgia nos momentos cruciais da trama.
Assim, “Chamas da Vingança” chega ao cinema, com a devida vênia, como fogo de palha. É mais uma adaptação de Stephen King que deixa a sensação de que poderia ser mais bem explorada, mas que no fim será esquecida.
por Artur Francisco – especial para CFNotícias
*Título assistido em Cabine de Imprensa promovida pela Universal Pictures.