Crítica: Caça Implacável


Filmes de ação onde o protagonista obtém habilidades antes desconhecidas para atingir um objetivo, seja este salvar alguém ou uma vingança, existem em profusão no cinema hollywoodiano.

O problema desses lançamentos contínuos é que estes se tornam cada vez mais genéricos. Em “Caça Implacável” (Last Seen Alive) não vemos uma renovação desse gênero, mas isso também não é o fim do mundo.

Na trama dirigida por Brian Goodman, Will Spann, interpretado por Gerard Butler, leva de carro Lisa (Jaimie Alexander), prestes a ser sua ex-mulher, à casa dos pais quando, de forma misteriosa, ela desaparece num posto de gasolina.

Desesperado para encontrá-la, Will recorre à Polícia, que não só não o ajuda como desconfia dele. Determinado descobrir o paradeiro de Lisa a qualquer custo, o protagonista mergulha no submundo da cidade enquanto foge das autoridades nesta corrida angustiante contra o tempo.

A premissa é simples: um casal que está quase dando um tempo após sequências de brigas e desentendimentos. Um misterioso desaparecimento da esposa e uma busca implacável – praticamente o nome do gênero destes filmes, que culmina em uma situação muito maior que o desaparecimento.

Mas, o que se questiona aqui, é que em nada há construção do personagem de Gerard Butler para definitivamente conseguir fazer tudo que ele faz durante os 95 minutos da produção.

Na verdade, é até irônico, pois Will é um investidor de imóveis (com músculos sobressalentes), cuja história sobre capacidade de atirar, luta e até mesmo lógica, desconhecemos, dentro dos planos que o longa alcança. O roteiro e a filmografia são baseados em manter o foco da câmera no rosto do ator, enquanto o mesmo alterna expressões de tristeza, cansaço e raiva.

Nos poucos momentos que vemos a personagem de Jaimie Alexander, percebemos que o casamento estava fadado ao fracasso e o fim era iminente. Mas, com a incessante necessidade da história nos mostrar isto fica evidente que no final tudo pode ser resolvido com o resgate.

As cenas de ação pelo menos são realmente empolgantes. No ápice da narrativa escrita por Marc Frydman, vemos que toda a tensão é descarregada no embate de Will contra homens armados genéricos caribenhos, e isto deixa o que é apresentado em tela um pouco melhor.

O que “Caça Implacável” tem de diferente dos títulos de ação? Nada. Vale a pena assistir pelos atores, em destaque a Gerard Butler que tem uma carreira longa em filmes do gênero. No cinema? Talvez.

por Artur Francisco

*Texto originalmente publicado no site A Toupeira.