Crítica: Besouro Azul
Chega aos cinemas uma das últimas produções de super-heróis antes da nova fase do DCEU no cinema, que deve ser iniciada em 2025, com o lançamento de obras inéditas deste gênero. “Besouro Azul” (Blue Beetle) surge com uma linha narrativa mais leve e uma tentativa de humor mais jovem do que títulos anteriores dos heróis do universo DC.
Antes de qualquer coisa, é preciso situar o fã de quadrinhos que esta produção não segue a mesma linha sombria e adulta que vemos em histórias da DC Comics. Por este motivo, não espere grandes lutas ou uma narrativa psicológica mais profunda do personagem.
O que vemos em tela é a nova versão do personagem Besouro Azul que está nas histórias em quadrinhos atuais e deve agradar um público mais jovem e que talvez não conheça suas versões originais.
Estas remontam a sua primeira aparição, no ano de 1939, com o personagem Dan Garret – que tinha seu poder devido a uma vitamina e uma roupa à prova de balas. Após algum tempo, sua origem foi reformulada e ele encontrou um escaravelho que lhe concedeu poderes incríveis.
Depois, o manto do herói foi passado para o empresário Ted Kord, que não possuía poderes especiais, mas desenvolveu uma tecnologia e uma nave em forma de besouro para combater o crime.
A versão mais atual do Besouro Azul está agora nas mãos de Jaime Reyes, um jovem descendente de mexicanos que encontrou o escaravelho e assumiu seus poderes.
A trama escrita por Gareth Dunnet-Alcocer é baseada nesta nova origem, na qual Jaime Reyes (Xolo Maridueña) recebe o escaravelho de Jenny Kord (Bruna Marquezine), em uma tentativa de evitar que sua tia Victoria Kord (Susan Saradon) o utilize como base para a construção de armas de destruição em massa.
Mas o que não esperavam é que o escaravelho que parecia “apenas” uma peça de tecnologia alienígena tivesse vida e fosse criar uma simbiose com Jaime, transformando-o no herói mais improvável de todos.
Dirigido por Angel Manuel Soto, o longa é divertido e tem boas cenas de ação, mas deixa a desejar um pouco na questão de contar uma origem mais empolgante e sem os exageros cometidos na narrativa atual.
Ainda temos a participação da família de Jaime – seu pai Alberto (Damián Alcázar), sua mãe Rocio (Elpidia Carrillo), sua irmã caçula Milagro (Belissa Escobedo), seu tio Rudy (George Lopez) e sua avó Nana (Adriana Barraza) – com todo potencial para ser mais do que apenas o alívio cômico da trama, mas que acaba transformada em uma espécie de irmandade superpoderosa que resolve todos os problemas.
Um grande ponto positivo são as diversas citações e algumas surpresas inseridas no decorrer da produção sobre o Besouro Azul de Ted Kord, que misteriosamente desapareceu e deixou suas empresas nas mãos de sua ambiciosa irmã Victoria.
Nestas cenas, em especial, pude vislumbrar um filme real da DC Comics com os elementos que fazem os fãs vibrarem de emoção em suas poltronas e resgatar memórias de um tempo que passou nas histórias em quadrinhos.
Uma grande surpresa foi Bruna Marquezine, que está muito bem no papel de Jenny Kord, muito natural em sua interpretação e com um inglês impecável. Acredito que ela terá um grande futuro em outras produções internacionais, caso deseje seguir este lado de sua carreira.
Como sempre, vale deixar certas comparações de lado (sejam positivas ou não). “Besouro Azul” tem sua narrativa própria, voltada mais para o humor do que a ação e dramas de um super-herói, e por este motivo, é diferente de outros filmes do gênero.
Vá ao cinema conferir por você mesmo e não vá embora antes do término dos créditos, pois há duas cenas adicionais – a primeira, um grande presente para os DCnautas.
por Clóvis Furlanetto – Editor
*Título assistido em Cabine de Imprensa promovida pela Warner Bros. Pictures.