Crítica: As Aventuras de Tadeo e a Tábua de Esmeralda
Época promissora para os fãs da arqueologia como tema no mundo do entretenimento. No aguardo pela estreia do quinto (e derradeiro) filme da franquia de Indiana Jones – previsto para 30 de junho de 2023 – chega aos cinemas uma animação que também tem um sagaz arqueólogo como protagonista.
Dirigido por Enrique Gato (que também esteve à frente da direção dos demais episódios), “As Aventuras de Tadeo e a Tábua de Esmeralda” (Tad the Lost Explorer and the Emerald Tablet) é a terceira parte da saga iniciada em 2012 (sendo o primeiro filme, “A Aventuras de Tadeo”, a animação espanhola mais vista de todos os tempos).
Para quem, assim como eu, não tinha acompanhado as jornadas anteriores do personagem, a boa notícia é que é possível assistir à nova produção sem nenhum prejuízo no entendimento, uma vez que a narrativa funciona muito bem de maneira individual.
Escrita por Manuel Burque e Josep Gatell, a trama se passa durante mais uma escavação de Tadeo Stones (o sobrenome original “Jones” o aproxima ainda mais do arqueólogo mais famoso das telonas). Durante a procura pela tal Tábua de Esmeralda – artefato que daria um extenso poder a quem possui-lo – ele encontra um misterioso sarcófago egípcio.
Começa então, a busca pelo artefato que permitiria abri-lo, mas o que ele não sabe é que tal ação despertaria uma antiga maldição que poria em risco sua própria segurança e a de seus amigos – os mais afetados são seu cãozinho Jeff (presente na sequência inicial, já conquistando os espectadores desde o início), o papagaio Belzoni e seu amigo Múmia (com quem agora divide seu apartamento).
A única saída para reverter os efeitos da tal maldição – antes que estes se tornem permanentes – é encontrar a Tábua. Para isso, Tadeo contará com a ajuda da também arqueóloga / sua amiga Sara e da misteriosa Victoria Moon, blogueira especializada em misticismo.
Como em toda boa aventura, os personagens se verão diante de inúmeros desafios e momentos em que as coisas parecem estar perdidas (tendo aquela boa sacada nos segundos finais, como a sempre celebrada cena em que o icônico chapéu não pode ser deixado para trás).
Durante o trajeto, uma inesperada companheira se junta ao grupo: a múmia de Rah-Amon-Ah, faraó cujo reinado durou apenas três dias e que jamais entrou para os livros de história. Tão bela quanto inteligente, ela será fundamental para o êxito da empreitada.
Várias sequências merecem destaque, entre elas, a revelação de que a Múmia tornou-se um comprador compulsivo de itens de utilidade questionável através de transações on line, e a que mostra o que de fato deve ser valorizado em nossas vidas, quando nos vemos diante de escolhas que podem mudar tudo ao nosso redor.
“As Aventuras de Tadeo e a Tábua de Esmeralda” é encantadora. Com uma ideia simples, sucinta e eficaz, a animação consegue ser interessante para as crianças e relevante para os adultos. Ponto mais do que positivo para o título que não carrega consigo o selo de grandes estúdios responsáveis pelas obras mais populares do gênero nas últimas décadas.
Vale muito a pena conferir.
por Angela Debellis
*Texto originalmente publicado no site A Toupeira.