CCBB SP recebe o espetáculo “Azul” trazendo arte e inclusão para os palcos da capital


Adultos e crianças a partir de três anos de idade estão convidados a mergulhar em uma história de amor entre irmãos, unidos pela diferença. Após temporadas de sucesso em Belo Horizonte, Brasília e Rio de Janeiro, “Azul”, nova produção da Artesanal Cia. de Teatro, chega a São Paulo para uma temporada de seis semanas no Centro Cultural Banco do Brasil, que patrocina e apresenta o espetáculo.

“Azul” é o 15º espetáculo da Artesanal Cia de Teatro, que com 28 anos de história tem montagens infanto-juvenis, para adultos e jovens. A peça é mais uma imersão do grupo no teatro de animação, fazendo uso de bonecos e máscaras para abordar, de forma leve e lúdica, temas como TEA (Transtorno do Espectro Autista) e o respeito à diversidade.

A narrativa é conduzida pelos olhos de Violeta, menina de quatro anos que está ansiosa pela chegada de seu irmãozinho, Azul. O que ela não imagina, é que ele acabará ocupando um espaço inesperado na vida da família.

Entre o ciúme e a aceitação de um irmão diferente dela, Violeta tenta compreender esse universo, buscando maneiras de interagir com o irmão e descobrindo que é preciso aprender a lidar com o que a vida propõe para a solução natural dos conflitos e que o amor entre eles é maior do que qualquer diferença que possa existir.

O texto propõe uma visão sobre as relações dentro de uma família, que tem um integrante que vivencia o mundo de forma singular: “O primeiro sentimento de Violeta é o ciúme. Depois vem a competição, que pouco a pouco vai sendo substituída pela relação de afeto e confiança. Com isso temos uma história familiar que se desenvolve dentro de uma dinâmica muito parecida com toda e qualquer família que tem mais de um filho”, explica o diretor da peça, Henrique Gonçalves.

O autor Gustavo Bicalho, que também assina a trilha sonora e o texto, e dramaturgia ao lado de Andrea Batitucci, complementa: “Há uma questão na peça que nos é colocada de forma bastante sutil, mas Azul não é o irmão que Violeta esperava ganhar. A família precisa descobrir formas de se comunicar com o menino. Logicamente, o TEA é um espectro muito amplo e não temos como abordar todas as questões relativas a isto. Azul (o irmão) está no espectro autista e tem o seu jeito de ser”.

Crédito: Christina Amaral

Para construir o personagem, a Cia contou com Consultoria para Acessibilidade e Inclusão de Cris Muñoz, atriz, também autista, que tem doutorado e desenvolve uma pesquisa em arte e inclusão. Ela também é mãe de uma menina autista. Segundo Cris, ao abordar de maneira positiva, lúdica, sem discriminação ou romantização a questão do autismo, o espetáculo está propondo um olhar de respeito ao sujeito, de humanização das diferenças e respeito à diversidade.

“A família é parte indissociável da vida, nela desenvolvemos afetos, construções, aprendemos comportamentos e partilhamos momentos que irão fazer parte do nosso entendimento sobre nós mesmos enquanto indivíduos e enquanto grupo com o qual nos identificamos”, reflete.

Na costura de tudo, uma trilha sonora sob medida, com marchinhas de carnaval, blues, clássicos da música erudita e música minimalista que agem como elemento narrativo: ”A música deste espetáculo é bem peculiar, porque é usada como uma forma de comunicação com o Azul. A irmã estuda piano e descobre que ele gosta de ouvir quando ela está tocando”, conta Bicalho.

Com narração de Cleiton Rasga e um elenco afiado formado por Alexandre Scaldini, Brenda Villatoro, Bruno de Oliveira, Carol Gomes, Marise Nogueira e Tatá Oliveira, “Azul” promete emocionar os mais diversos públicos. Os atores também têm experiência em aulas para crianças dentro do espectro autista e todo o processo do ensaio traz um momento de conversas e troca de experiências. Segundo a equipe, esta produção está sendo um processo bem rico de aprendizado para todos.

Ao receber esse espetáculo, o Centro Cultural Banco do Brasil, reafirma seu compromisso de ampliar a conexão dos brasileiros com a cultura, formando plateias, promovendo respeito à diversidade e valorizando a produção teatral nacional.

Crédito da imagem em destaque: João Julio Mello.

Serviço:

Espetáculo “Azul” da Artesanal Cia. de Teatro

De 05 de janeiro a 25 de fevereiro. Sextas às 15h; sábados e domingos às 11h e 15h (exceto 10, 11, 17 e 18 de fevereiro)

Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo

Rua Álvares Penteado, 112 – Centro Histórico. São Paulo / SP

Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia), disponíveis em www.bb.com.br/cultura e na bilheteria do CCBB

Meia-entrada para estudantes e professores, crianças com até 12 anos, maiores de 60 anos, pessoas com deficiência e seus acompanhantes e casos previstos em Lei. Clientes BB pagam meia entrada pagando com Ourocard

Duração: 50 minutos. Classificação indicativa: Recomendado a partir dos 5 anos

Entrada acessível: Pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e outras pessoas que necessitem da rampa de acesso podem utilizar a porta lateral localizada à esquerda da entrada principal

da Redação CFNotícias