“Mar em Chamas” (The Burning Sea / Nordsjøen), que estreia no streaming Adrenalina Pura, é um filme norueguês que oscila entre o suspense e o drama. Também tem pitadas do que poderia considerar-se uma aventura.
Trata-se da situação que atinge uma plataforma de exploração petrolífera no mar. A mesma afunda sem que os responsáveis consigam entender a causa. Simultaneamente, para tentar salvar os sobreviventes, caso haja, uma empresa especialista em resgates é contratada. O risco de “incidentes indesejáveis” se concretiza dramaticamente.
O gerente de emergências da plataforma, William Lie (Bjorn Floberg), é quem abre e fecha o longa, com suas lembranças e reflexões. Ele encaminha Sofia (Kristine K. Thorp), uma profissional que vai intervir em tal tarefa. Sua condição psíquica, anímica e sentimental será posta à prova.
Os acontecimentos continuam ingovernáveis, em grau cada vez maior, e isso aumentará a tensão na tela e, por identificação, nos espectadores. Dois planos narrativos e interpretativos do que acontece se entrecruzam: por um lado, no meio do mar, na plataforma afetada e, por outro, em terra, no centro de decisões e responsabilidades últimas – a chamada Sala para Monitoramento e Controle Remoto de Instalações Petrolíferas.
Não apenas as enormes estruturas das maquinárias senão, também, a vida de muitas pessoas, principalmente a de Stian (Henrik Bjelland), personagem destacado, ficam em sério risco. A destruição total está próxima.
Certa claustrofobia se une na trama a um forte suspense. Porém, o anterior faz parte de algo ainda maior, pois as suspeitas dos especialistas, geólogos e oceanógrafos, são de estar diante de uma calamidade enorme. Já não apenas de uma subsidência (afundamento) local.
Então, em “Mar em Chamas” aparecem dados científicos, de épocas muito remotas e outros, de sucessos históricos mais recentes. Por exemplo, o deslizamento de Storegga, que aconteceu no Mar do Norte. Uma série de precisões se aproxima muito do informado pelos estudos realizados.
É nessas sequências que se fazem especulações e se dão explicações sobre as consequências que a ação humana em larga escala traz ou pode trazer para todo o planeta. Por outra parte, o relato vai caminhar para aumentar a tensão, a condição dramática e a luta dos personagens. Certa condição de “cine catástrofe” e um sublinhar de emoções nas últimas não invalidam a absoluta espetacularidade e contribuições ecológicas.
Os diversos e permanentes efeitos especiais vinculados à água e ao fogo são dignos de uma produção custosa e visualmente chamativa. As atuações são “normais” dentro de um contexto anormal e a música (Johannes Ringen e Johan Söderqvist) dá um tom adequado.
Elaborada fotografia, principalmente aérea e submarina, de Pål Ulvik Rokseth e bom roteiro de Harald Rosenlow-Eeg e Lars Gudmestad, dão base a uma interessante direção de John Andreas Andersen.
por Tomás Allen – especial para CFNotícias
*Título assistido em Cabine de Imprensa Virtual promovida pelo Adrenalina Pura.