Crítica – As Tartarugas Ninja: Caos Mutante

Se tem algo que simboliza bem o significado da década de 1990, sem dúvida, são as Tartarugas Ninjas (no inglês, Teenage Mutant Ninja Turtles).

A história de quatro tartarugas que estavam em um esgoto e acabam entrando em contato com um líquido radioativo misterioso que lhes dá capacidade evolutiva humanoide e recebem um treinamento ninja do seu pai de criação – um rato que também recebeu esses benefícios do líquido radioativo e os treina com as técnicas mais poderosas do estilo ninja.

Essa é geralmente a história base das Tartarugas Ninja, que já tiveram diversas releituras e chegam ao cinema em um novo filme animado, “As Tartarugas Ninja: Caos Mutante” (Teenage Mutant Ninja Turtles: Mutant Mayhem).

Com um estilo inovador e frenético, e com direção do novato Jeff Rowe, o longa apresenta uma nova releitura do clássico das Tartarugas Mutantes Ninja, apostando na clássica comédia e aprofundando os laços sentimentais de todos os personagens.

Segue-se aquela mesma fórmula conhecida: líquido radioativo atinge o Mestre Splinter (voz de Jackie Chan, na versão original), as tartarugas, dá poderes humanoides para outros animais e etc.

Porém, a inovação fica para o trauma em relação à humanidade que Splinter adquiriu ao longo dos anos, através do sofrimento e preconceito que recebeu. É uma forma nova de se enxergar aquilo que já havia sido produzido, dando um peso dramático ainda maior para o personagem.

Michelangelo (voz de Shamon Brown Jr.), Donatello (voz de Micah Abbey), Raphael (voz de Brady Noon) e Leonardo (voz de Nicolas Cantu) ganham personalidades tão marcantes que é possível apaixonar-se e rir com cada um deles. Não apenas as cores das faixas e de suas armas ninjas os diferenciam, mas cada caráter e aspectos físicos os tornam únicos, e não apenas tartarugas mutantes que saem batendo em todos os criminosos em Nova York. O roteiro entregue por Seth Rogen, Jeff Rowe (que também dirige a produção), Ewan Goldberg e Brendan O’Brien é brilhante e traz consigo uma sagacidade para a história nunca antes vista.

O filme é engraçado, diferente, animador e, principalmente, leva ao espectador a refletir em diversos pontos, seja de forma consciente ou não. Além disto, o trabalho da localização da dublagem brasileira melhora e muito isso, colocando piadas nacionais e sacadas que, com certeza, todo brasileiro já deve ter ouvido.

Por fim, “As Tartarugas Ninjas: Caos Mutante” não é apenas uma obra qualquer destes personagens já tão conhecidos, mas sim uma releitura completamente recheada de bom humor e diversão que vale e muito a pena ser vista no cinema e ser revista em casa, seja com a família ou até mesmo sozinho.

por Artur Francisco – especial para CFNotícias

*Título assistido em Cabine de Imprensa promovida pela Paramount Pictures.