Crítica: Gatos no Museu
Animações muitas vezes podem não atingir o público certo. Digo isto pelo simples fato de a maioria dos filmes da Disney/Pixar, ainda que incrivelmente com roteiros elaborados, podem prender pouco a atenção de uma faixa de idade entre 3 e 7 anos.
E realmente, os espectadores infantis que consomem animações e filmes animados no geral têm certa dificuldade para manter o foco por tanto tempo, ainda mais quando não há um trabalho de designer interessante como cores vivas, personagens chamativos e principalmente músicas contagiantes.
“Gatos no Museu” (Cats in the Museum / Koty Ermitazha), a nova animação distribuída aqui no Brasil pela Imagem Filmes, acerta precisamente nesse quesito de prender a atenção do público infanto-juvenil.
Baseado na história dos gatos que vivem no museu Hermitage, acompanhamos a vida de Vincent, um gato muito corajoso que nasceu no mar e nunca tinha pisado em terra firme até que uma tempestade o derrubou do navio e fez com que ele fosse parar em uma ilha deserta.
Neste local, após um curto período de tempo, ele é arrastado para fora da ilha por uma tempestade e acaba sendo salvo por ratinho chamado Maurice, de quem se torna amigo. Eles são resgatados por marinheiros vão parar no Museu Hermitage, na Rússia.
O roteiro é muito simplista, sem se preocupar com aspectos tão importantes de narrativa, pode parecer até um pouco chato e demasiadamente enrolado. Porém, a cativante dublagem de Vincent, interpretado por Bruno Casemiro, e Maurice (Danilo Diniz) ajuda a conquistar a atenção dos adultos durante os 83 minutos de duração da obra.
A animação também foge do padrão de qualidade, com um 3D e 2.5D que parecem ultrapassados e algumas vezes até falso demais, o que é um ponto bem negativo, até mesmo para a percepção dos mais jovens.
Entretanto, é importante ressaltar, a produção mira em um público específico, com o intuito de além de entreter crianças, demonstrar aspectos culturais e artísticos, afinal o título do filme não é mera ilustração. Realmente somos apresentados a diversas obras de artes importantes, uma ótima (ainda que simples) forma de ofertar informações sobre pinturas e esculturas tão famosas.
Por fim, “Gatos no Museu” é uma animação cativante. Com roteiro leve e músicas eficazes, pode acabar entretendo bem o público ao qual se destina, mas talvez não seja tão chamativa para espectadores mais velhos.
por Artur Francisco – especial para CFNotícias
*Titulo assistido em Cabine de Imprensa promovida pela Imagem Filmes.