Crítica: O Nascimento do Mal


“O Nascimento do Mal” (Bed Rest) é um terror psicológico que se propõe a colocar em cena as dificuldades da maternidade e da gestação. Na trama, depois de lutar para começar uma família, Julie Rivers (Melissa Barrera) fica grávida e se muda para uma nova casa com seu marido, Daniel (Guy Burnet). Sob o risco de perder seu bebê, ela recebe ordens de repouso absoluto, mas esse descanso é perturbado pelo que parecem ser aparições fantasmagóricas.

Este parece ser o caso de uma obra filme que, infelizmente, talvez não tenha recebido a publicidade adequada. O título em português e o pôster de divulgação que escolheram fazem parecer que se trata de um terror comum, daqueles cheios de CGI e jumpscares, e bem, o nascimento do mal, literalmente.

Mas, não é disso que se trata: o roteiro (escrito por Lori Evan Taylor, também à frente da direção) foca muito mais em construir a tensão aos poucos pelo suspense, além de ter uma boa dose de drama.

A produção (cujo título original, “Bed Rest”, significa algo como repouso absoluto), cria um bom cenário para um terror psicológico. O fato de Julie só poder sair da cama para ir ao banheiro, sob o risco de perder o bebê, faz com que ela fique mais vulnerável – tanto física, quanto psicologicamente – e também torna fácil se colocar em seu lugar.

A atriz Melissa Barrera interpreta bem a gestante, que se torna frágil devido às circunstâncias de sua gravidez, mas que não é uma mulher fraca, nem covarde. A personagem é bem construída e faz com que o público passe a maior parte do tempo se perguntando se o que ela vê é real, ou apenas sua imaginação.

O uso de efeitos especiais é bem feito, minimalista, e casa bem com a proposta. As pausas que fazem uma contagem das semanas da gestação (e quanto tempo falta para o parto) ajudam a dar  uma sensação de passagem de tempo e a construir uma sensação claustrofóbica e de urgência.

É uma grata surpresa para quem esperava apenas mais um filme de assombração, mas recebeu algo que, apesar de não ser incrivelmente inovador, sabe usar os clichês do terror ao seu favor e construir uma narrativa dramática e que faz com que o espectador se importe com os personagens.

por Isabella Mendes – especial para CFNotícias

*Título assistido em Cabine de Imprensa promovida pela Diamond Films.