Crítica: Moonage Daydream
David Bowie foi um artista único e sua trajetória no mundo da música marcou gerações e influenciou diversos artistas. Além de ter composições marcantes e um senso musical extremamente aguçado, também foi importante por seu diferente estilo estético, pelas performances ousadas para época, por sua bissexualidade publicamente assumida e por desafiar as normas de gênero ao se vestir de forma singular.
Em “Moonage Daydream”, Brett Morgen apresenta uma imersão da arte de David Bowie ao fazer uma bela curadoria entre mais de cinco milhões de materiais que recebeu, incluindo desenhos, gravações, filmes e diários inéditos.
A obra, uma espécie de documentário mesclado a show, mistura, de forma interessante, entrevistas, fotos, e filmagens do cantor, com pedaços de shows e áudios de suas músicas. Tem intenção de apresentar ao espectador toda a carreira do artista e acerta em exibir as diversas fases de Bowie, não só mostrando suas músicas e performances, mas colocando em tela entrevistas em que ele mesmo fala sobre suas transformações.
Morgen planejou o filme durante quatro anos e em dezoito meses criou as animações e a paleta de cores além das faixas de som. A produção conta com a colaboração do amigo de longa data de Bowie, o produtor musical Tony Visconti, e também de Paul Massey, vencedor do Oscar. Os dois foram responsáveis por misturar e adaptar os temas originais do cantor para a obra.
Pode-se acompanhar a evolução do chamado “Camaleão do Rock” como artista e seu amadurecimento, não só no mundo da música, mas também em sua vida pessoal. Ele certamente foi um artista completo e a obra não deixa de expor seu lado como ator, pintor, escultor e produtor de vídeos experimentais.
Um prato cheio pra quem é fã, não só do David Bowie e que poderá apreciar filmagens e performances inéditas, mas também para quem aprecia música e arte de forma geral.
por Isabella Mendes – especial para CFNotícias
*Título assistido em Cabine de Imprensa promovida pela Universal Pictures.