Crítica – Venom: A Última Rodada


Diferente de sua contraparte nas histórias em quadrinhos, a franquia de filmes do Venom (iniciada em 2018), nunca teve a pretensão se ser uma obra adulta e profunda.

Desde o seu primeiro longa, Venom sempre apostou no humor oriundo da relação entre o jornalista investigativo Eddie Brock (Tom Hardy) e o simbionte alienígena que se apossou do seu corpo e lhe conferiu habilidades sobre-humanas.

O “Bromance” entre os personagens foi tratado como comédia e “Venom – A Última Rodada” (Venom – The Last Dance), que fecha a trilogia, não foge à regra, apresentando uma comédia pastelona protagonizada por um dos ícones dos quadrinhos mais sombrios e violentos dos anos 1990.

O começo da narrativa busca se conectar com a cena pós-crédito de “Homem-Aranha- Sem Volta Para Casa”, em que vemos que Eddie e seu companheiro alienígena viajaram para uma rápida visita ao universo 616. Porém, logo acompanhamos desdobramentos da produção anterior de Venom, na qual o personagem está sendo perseguido pelo governo, devido à acusação dos assassinatos cometidos por Carnificina.

Como se não bastasse, a dupla passa a ser perseguida por um rastreador alienígena do Deus da Escuridão que criou os simbiontes, Knull, que precisa de um elemento chamado Códex para se libertar de sua prisão, e somente a junção entre Eddie e Venom é capaz de criá-lo.

A atuação de Tom Hardy parece um tanto quanto cansada, talvez o ator esteja usando o papel para descansar de suas atuações mais complexas. Os demais personagens também não possuem atuações memoráveis, contudo, vista do roteiro simples, não existe de fato nenhuma cena que demande uma atuação mais elaborada.

Diferente de muitas produções da Marvel Studios, “Venom – A Útima Rodada” de fato entrega bons efeitos especiais quando necessário, as simbiontes que aparecem em tela são muito bem feitas. Por outro lado, é nítido que a trama cria um artifício para limitar a aparição de Venom em sua forma plena. Esse fato faz com que o personagem principal raramente de as caras em seu próprio longa, o que deve ter baixado os custos da produção.

Em linhas gerais, “Venom – A Última Rodada” não é um pretencioso, entrega exatamente a mesma coisa que os capítulos anteriores, refinando alguns pontos que não funcionaram no segundo filme. Ele não expande nada do universo da Sony, tampouco se atreve a mexer com o universo Marvel.

Agora, caso esteja buscando apenas se desligar do mundo por algumas horas e curtir uma boa comédia com pitadas de ação, esse filme é para você.

por Marcel Melisnk – especial para CFNotícias