Crítica: Um Lugar Silencioso


Suspense bom é aquele que o espectador é envolvido, consegue sentir o desespero dos personagens e a tensão do momento. “Um Lugar Silencioso” (A Quiet Place), estrelado por Emily Blunt e John Krasinsky, é um desses suspenses.

Inteligente e intrigante, o longa conta uma história interessante e envolvente do início ao fim. Nela, uma família (pai, mãe e três filhos) vive isolada numa casa de campo para se esconder de criaturas que se alimentam através do som, ou seja, as pessoas não podem fazer qualquer tipo de barulho.

Com isso, todos passam a se comunicar através de sinais e a conviver da forma mais cuidadosa possível, afinal de contas, qualquer ruído pode ser fatal, desde um espirro até um grito de desespero. E olha que é impressionante prestar atenção no que cada um passa, pois há situações que o espectador, mesmo sentado na cadeira do cinema, não escapa de soltar uns gritos de susto, ou seja, se estivesse na história já estaria morto.

Entre os momentos mais marcantes, destaque para a passagem em que a mãe, ao se esconder no porão da casa, acaba furando o pé em um prego e se vê na situação de não poder emitir aquele grito de dor que todos conhecem.

Outro ponto positivo é a maneira como as criaturas são abordadas na trama. Desde o início, é criado um mistério sobre a forma de cada monstro, e demora certo tempo para o espectador conseguir ver os detalhes do vilão. Isso é ótimo para um filme do gênero, pois, dessa forma, a pessoa desenvolve a criatura no imaginário e, ao mesmo tempo, vai ficando mais tensa com a situação vivida pelos personagens.

Para quem curte terror, “Um Lugar Silencioso” é uma ótima opção. Quer dizer, é a melhor opção até esse momento do ano. Tenso, sombrio e desesperador, o longa demonstra segurança do início ao fim e consegue mostrar que não precisa de espíritos ou bonecas possuídas para proporcionar uma atmosfera aterrorizante.

por Pedro Tritto – Colunista CFNotícias