Crítica: Todo o Dinheiro do Mundo
Meses antes de estrear, o filme “Todo o Dinheiro do Mundo” já era notícia no mundo inteiro, afinal de contas, sua maior estrela, Kevin Spacey, foi demitido da produção após ser acusado de assédio em Hollywood. Isso causou uma baita dor de cabeça no diretor Ridley Scott (Alien: Covenant), já que teve que escalar desesperadamente Christopher Plummer (A Noviça Rebelde) para substituir o ator de “House Of Cards”.
O fato é que o resultado de tudo isso é um filme seguro, cheio de altos e baixos. Se por um lado o longa consegue manter uma atmosfera sombria e grandes doses de tensão do início ao fim, por outro ele possui um ritmo totalmente irregular, que acaba deixando a narrativa cansativa e lenta. E isso é ruim, já que a trama, que carrega boas reviravoltas, torna-se desinteressante.
A história, que é baseada em fatos reais, acompanha Jean Paul Getty (Plummer), um dos maiores milionários do mundo, que detesta a possibilidade de perder dinheiro. Dono de grandes mansões pelo mundo e de empresas poderosas do petróleo, o velho vê sua vida mudar após seu neto, John Paul Getty III (Charlie Plummer), ser sequestrado em Roma.
O episódio faz com que os bandidos exijam uma quantia inimaginável de dinheiro para devolver o garoto, o que deixa a mãe, Gail Harris (Michelle Williams) desesperada, fazendo com que ela corra atrás do sogro para conseguir o valor desejado pelos criminosos. Para isso, ela terá a ajuda de Fletcher Chase (Mark Wahlberg), um negociante que trabalha para o magnata americano.
Se o filme peca no seu andamento como um todo, a atuação do substituto de Kevin Spacey acaba compensando os 132 minutos de duração. O experiente ator, que é conhecido por fazer ótimos trabalhos (veja A noviça Rebelde e Memórias Secretas), encarna com maestria seu personagem, aponto de nos colocar a seguinte dúvida: será que ele não deveria ser a primeira escolha para o papel?
Para quem conhece a carreira de Ridley Scott, sabe que o diretor tem obras inesquecíveis, como “Blade Runner”, “Alien”, “Gladiador” ou até mesmo “Perdido em Marte”. Infelizmente, “Todo O Dinheiro” do Mundo” não entra para essa lista, mesmo sendo um filme convicto de uma maneira geral.
Por Pedro Tritto – Colunista CFNotícias