Crítica: Tô Ryca
A moda agora na comédia brasileira é contar a história de uma pessoa pobre, que fica rico do nada após receber um grande montante de dinheiro. Só nos últimos anos, tivemos “Até que a Sorte Nos Separe” (três filmes), “Vai Que Cola –O Filme” e “Um Suburbano Sortudo”. O mais novo integrante desse grupo é “Tô Ryca”, estrelado por Samantha Schmütz (Minha Mãe É Uma Peça).
E esse é o principal problema do longa: apostar nas mesmas piadas que vimos em outras comédias nacionais recentes, principalmente nas citadas acima. Mais uma vez damos de cara com o morador (moradora no caso) do subúrbio, que fica rico de uma hora para outra e se perde no luxo e nas mordomias que a alta classe proporciona.
Aqui, estamos falando de Selminha (Schmütz). Moradora de um bairro bem humilde do Rio de Janeiro, a moça trabalha com a amiga Luane (Katiuscia Canoro) em um posto de gasolina e não vê a hora de mudar de vida. Depois da morte de um tio rico, ela descobre que pode ganhar uma fortuna com a herança deixada pelo parente distante.
Mas para isso acontecer, a protagonista vai precisar vencer o desafio de gastar R$ 30 milhões em 30 dias, sem poder acumular nada e nem contar para ninguém o que está fazendo. É no meio dessa maratona louca que ela pode descobrir que o dinheiro não pode comprar tudo.
Antes de mais nada, o longa é cheio de clichês e estereótipos, o que deixa a história bem previsível, além de irritante em alguns momentos. Mas o pior de tudo é perceber que Selminha não engrena como protagonista, ou seja, não demonstra carisma e nem cria a empatia necessária com o público. No entanto, é importante dizer que a personagem vive pequenos bons momentos na trama.
O melhor deles é quando a moça decide ser prefeita da capital carioca e concorre as eleições com o personagem de Marcelo Adnet (Muita Calma nessa Hora). As cenas mais engraçadas acontecem quando a protagonista “dá a real” sobre suas propostas e é 100% honesta com o povo. Sem contar que o debate entre os dois candidatos também arranca boas gargalhadas.
Infelizmente, essas passagens notáveis não são capazes de salvar o filme. Na verdade, “Tô Ryca” não consegue fugir do óbvio e nem trazer algo interessante, ou seja, é apenas mais um filme que conta a história do pobre que fica milionário de uma hora para outra. O que é uma pena.
Por Pedro Tritto – Colunista CFNotícias