Crítica: The Flash


Chega aos cinemas um filme que vai surpreender os fãs de super-heróis e histórias em quadrinhos, pois conseguiu fugir da padronização aplicada a este tipo de produção por estúdios de cinema na última década. “The Flash” (The Flash) avança rapidamente para o sucesso.

Antes de tudo, é importante sinalizar que o filme quase não tem relação nenhuma com a história em quadrinhos conhecida como “Flashpoint” lançada em 2013, fazendo uso de apenas uma base para dar seguimento à trama.

Ou seja, foi mantida a questão da viagem temporal e a mudança da linha do tempo corrente em que há uma ruptura nas vidas de vários personagens e suas histórias são mudadas radicalmente – como não existir mais a Liga da Justiça e seus heróis terem tomado um rumo totalmente diferente.

Em “The Flash”, Barry Allen (Ezra Miller) usa seus poderes para voltar no tempo e impedir que sua mãe Nora (Maribel Verdú) morra. Mas, as consequências deste ato colocam o planeta inteiro em perigo, pois cria-se uma nova realidade em que o General Zod (Michael Shannon) não será derrotado pelo Superman (Heny Cavill), gerando uma reação em cadeia que coloca toda a estrutura das realidades paralelas em perigo.

Barry e sua versão mais jovem vão buscar a ajuda de Bruce Wayne / Batman (nessa realidade alternativa, interpretado por Michael Keaton), mas quando chegam a Gotham descobrem que o Homem-Morcego não é exatamente como se pensava. Assim como a descoberta do representante da família El na Terra, posto agora assumido por Kara Zor-El (Sasha Calle).

Serei sincero: fui ao cinema com medo de ser um filme ruim, pois foram tantos problemas para que fosse lançado, que não sabia mais o que esperar. Mas fui premiado com uma grande surpresa: uma produção no estilo no qual longas  filmes de heróis deveriam ser produzidos. Desde a trilogia do “Batman” de Christopher Nolan e da “Liga da Justiça de Zack Snyder” não me animava tanto com este tipo de obra cinematográfica.

De qualquer modo, há dois problemas que não deixam “The Flash” ser perfeito: o primeiro é na parte de finalização de efeitos especiais em algumas poucas cenas que não tiveram o devido cuidado, provavelmente, por já ter chegado ao limite de seu orçamento. E isso pode ser visto logo nos primeiros minutos do filme, quando há uma cena incrível com a super velocidade do protagonista, mas que, por falta do devido ajuste nos efeitos, ficou com falhas muito perceptíveis.

É complicado, ainda mais quando tanto se cobra perfeição nos dias de hoje, mas, dê uma chance à produção, mesmo depois de um começo falho, pois depois a história vai longe e surpreende. Neste mesmo início, há cenas memoráveis com o Batman (Ben Affleck) que já deveriam servir de ideia para um filme solo com o personagem, mantendo o ator como seu intérprete.

O outro ponto de falha é no roteiro, em especial na parte de reparação da linha temporal. Mas é um item muito rápido (embora seja importante) e seria um grande spoiler, então, não vou contar o que é, por isso preste atenção à trama, mesmo se você não conhece o arco original dos quadrinhos.

Fora os dois problemas apontados, as sequências de ação em computação gráfica e a trama de “The Flash” estão totalmente adequadas e permitem uma imersão mais do que profunda em uma história envolvente e cativante. Ah! Não saia antes de terminarem os créditos finais, pois há uma cena maravilhosa no encerramento.

Não perca tempo e vá ao cinema em um flash para viver essa grande aventura.

por Clóvis Furlanetto – Editor

*Título assistido em Cabine de Imprensa promovida pela Warner Bros. Pictures.