Crítica: Terrifier 2


Famoso pela carnificina e gore do primeiro filme e dos anteriores curtas metragens, o Palhaço Art, criado pelo diretor Damien Leone, retorna em “Terrifier 2”.

Ao contrário do longa anterior, que tinha apenas um fiapo de roteiro amarrando as cenas sangrentas, “Terrifier 2” tem uma história razoavelmente bem amarrada e não é necessário ter assistido ao primeiro capítulo para entender o segundo, já que há várias cenas e diálogos que explicam tudo o que teria acontecido anteriormente.

Durante a história, acompanhamos uma família cujo pai faleceu há pouco tempo. Os filhos, adolescentes, Sienna (Lauren LaVera) e seu irmão mais novo, Jonathan (Elliott Fullam), reagem ao luto de formas diferentes, enquanto a mãe Barbara (Sarah Voight) tenta manter a família unida e em ordem após o falecimento do marido.

Depois de ser ressuscitado por uma entidade maligna, Art, está de volta ao condado de Miles, agora tentando caçar Sienna e seu irmão durante o Halloween, por motivos misteriosos. O palhaço é acompanhado por uma companheira, uma pequena palhacinha sobrenatural e assustadora (interpretada por Amelie McLain).

A interpretação de David Howard Thornton como o palhaço Art é, sem dúvida, o ponto alto da produção. Mesmo sem dizer uma só palavra, ele se comunica muito bem, usando expressão corporal e mímicas e seus olhos e sobrancelhas são sempre muito expressivos, demonstrando sempre o quanto o palhaço se diverte matando e torturando suas vítimas.

Mesmo que não seja muito aprofundada, “Terrifier 2” faz uma critica à espetacularização de tragédias e assassinatos, alertando sobre como isso pode afetar as vítimas e seus entes próximos, e como pode dar força a psicopatas como Art.

O longa não é do tipo que está interessado em causar sustos, os famosos jumpscares. Existe uma divisão entre sequências de tensão e suspense ou sangrentas. Realmente não há economia no sangue cenográfico, que jorra sem misericórdia.

As cenas, em sua maioria feitas com efeitos práticos, são bem produzidas e podem causar desconfortos nos mais sensíveis, mas são um prato cheio para os fãs de terror que adoram gore.

“Terrifier 2” não ter um grande roteiro para os mais exigentes, mas cumpre bem a sua proposta e surpreende com o que consegue entregar mesmo com um orçamento tão pequeno.  O pós- créditos é um bônus que amarra a narrativa e pode indicar continuações, mas sem deixar nada em aberto.

por Isabella Mendes – especial para CFNotícias

*Título assistido em Cabine de Imprensa promovida pela Imagem Filmes e pela A2 Filmes.