Crítica: Sonic 2 – O Filme


Dos grandes nomes do panteão das mascotes dos videogames, dois se tornaram sinônimos deste conceito: Mario e Sonic.

No entanto, só um deles tem um impacto tão grande fora dos games, quanto dentro, e não é o encanador italiano. Sonic além de estrelar em vários jogos, também é o protagonista de pelo menos 4 séries animadas, um OVA – tipo de longa japonês produzido para ir direto ao mercado dos vhs/dvd/streaming –, várias séries em quadrinhos, das quais foram algumas das mais vendidas e aclamadas da editora Archie e posteriormente IDW, e é claro um longa-metragem, cuja continuação chega aos cinemas esta quinta no Brasil.

“Sonic – O Filme 2” continua a história do Ouriço Azul (voz de Ben Schwartz no original, e Manolo Rey na versão brasileira), com este tentando encontrar seu lugar no mundo, como herói, e dentro de sua própria família. Mas, estas reflexões são interrompidas quando um certo cientista louco (novamente interpretado por Jim Carrey) retorna com sede de vingança, e contando com um inesperado – não para os fãs, é claro – aliado: Knuckles (voz de Idris Elba), a equidna. Por sua vez, Sonic não está sozinho e contará com o apoio de sua família, e do novo amigo Tails (voz de Colleen O’Shaughnessey no original).

A primeira coisa que deve ser elogiada em “Sonic – O Filme 2” é sua capacidade de conseguir escapar dos grandes abismos que as adaptações cinematográficas de videogames normalmente caem: em primeiro lugar, mantendo-se fiel ao original, criar uma história e elementos novos, necessários para aproveitar a mídia dos longas-metragens, sem se afastar de maneira radical, a ponto de ficar desconhecido; não saber adaptar e se manter excessivamente fiel ao jogo, que pouco anima aqueles que não joguem, e também que os jogadores não vejam motivos para assistir, preferindo a mídia interativa.

Um exemplo do primeiro caso: a personagem Rachel (Natasha Rothwell), que desta vez tem um papel mais significativo na trama em relação ao original. Enquanto do segundo é a inclusão de Knuckles e da agência de defesa global GUN, ambos elementos dos jogos, na trama e ainda assim fazer sentido dentro do contexto da produção.

Falando em elementos dos jogos, sobram referências e easter eggs, que podem passar despercebidos pelo público em geral, mas os fãs não vão deixar batido (leves spoilers a partir desse ponto), como o café gerido pelo agente Rocha que se chama Mean Bean – nome de um jogo da série: Dr. Robotnik’s Mean Bean Machine –, os robôs vespa – inimigos marcantes dos jogos – fazem sua primeira aparição nas telonas, Sonic caindo e perdendo seus anéis/argolas, até uma zona do segundo jogo que foi toda adaptada.

Quem não conhece ou joga também pode se divertir é claro! “Sonic – O Filme 2” mantém o tom jocoso e brincalhão do original, divertindo crianças e adultos, e a história não é difícil de se acompanhar, caso a única referência seja longa antecessor.

Nos aspectos técnicos, os efeitos especiais são incríveis e bem-feitos, muito bem integrados com as filmagens. A fotografia em algumas partes poderia ser melhor, mas no geral é competente. Por sua vez, a música é muito boa, e Junkie XL mostra o porquê é um compositor tão popular atualmente.

Em suma, “Sonic – O Filme 2” vai divertir tanto aqueles que são fãs dos jogos, quanto aqueles que só conhecem o Ouriço Azul pelo seu capítulo de estreia nos cinemas.

por Ícaro Marques – especial para CFNotícias

*Título assistido durante Cabine de Imprensa promovida pela Paramount Pictures.