Crítica: Shadow
Temos uma grande estreia nesta semana: “Shadow”, do diretor Yimou Zhang é uma obra-prima do cinema oriental e possui elementos visuais e gráficos maravilhosos que cativam a imaginação e os sentidos do espectador.
É importante alertar que as produções chinesas podem causar certa estranheza a quem está acostumado com os tradicionais blockbusters americanos (com suas cenas de explosões, lutas e sangue), pois, neste tipo de produção, temos uma qualidade extrema em roteiro, figurinos e atuações coreografadas com cenas de lutas que mais parecem uma dança do que uma agressão.
E este é o grande diferencial deste tipo de produção oriental, especialmente do filme “Shadow” que nos conta a história do reino localizado na cidade de Pei e seu rei (Ryan Zheng) que perdeu em batalha uma parte significativa de suas terras. Mas, fiel a sua nação, Yu (Chao Deng) – o comandante do exército – deseja vencer uma última batalha para retomar o que lhes foi tirado, porém, seu rei violento e aparentemente insensato parece ter outros planos para seu povo.
A trama é passada durante a Era dos Três Reinos da China antiga por volta de 220-280 DC, o que em minha opinião é excelente, pois saímos daquele ambiente tecnológico, cheio de armas futuristas e aparelhos eletrônicos e caímos de corpo e alma em um mundo mais simples e belo, no qual as habilidades humanas são as verdadeiras armas.
Segredos, mentiras e redenção: esses são os três principais fatores da obra que nos cativa e emociona. A narrativa segue um processo lento e crescente de sucessões de acontecimentos que nos deixam atônitos e intrigados com o que acontecerá a seguir.
Revigorante, lindo e emocionante são as palavras que melhor descrevem esta obra. O roteiro de Yimou Zhang e Wei Li foi tão bem trabalhado que apenas os diálogos e interações entre os personagens já são o bastante para nos prender nas poltronas até o final. Mesmo assim, as lutas são tão lúdicas e precisas, que nos sentimos atraídos pela beleza de seus movimentos artísticos.
Não espere por sequências com chutes e socos rápidos e com movimentos que desafiam as leis da física: na produção, temos lutas que são mais críveis e nos impressionam pela precisão de seus golpes e aprimoramento de suas técnicas.
Até o final é impossível tentar adivinhar o desfecho, o que significa que a atenção dos espectadores será conquistada durante toda a duração do longa.
Vá ao cinema com sua alma preparada para apreciar um filme de beleza e leveza extremas.
por Clóvis Furlanetto – 編輯
*Título assistido em Cabine de Imprensa promovida pela PlayArte Pictures.