Crítica: Querido Evan Hansen


Para um musical ser bom não basta apenas as canções serem bonitas. É preciso também o elenco atuar e cantar bem, além da história ser interessante. “Querido Evan Hansen” (Dear Evan Hansen), adaptação do musical da Broadway e do livro homônimo de Steven Levenson, Benj Pasek, Val Emmich e Justin Paul, tem tudo isso.

Aliás, o elenco é o ponto mais forte do longa. Ben Platt, que vive o protagonista, realmente é quem mais se destaca. Com uma voz sensível e afinada, ele transmite as inseguranças, as aflições e o tormento que Evan sente ao começar o último ano do ensino médio.

Na escola, o rapaz tem grande dificuldade de se relacionar com as outras pessoas e, por isso, escreve cartas para si mesmo para ganhar confiança. Numa manhã, ele encontra Connor Murphy (Colton Ryan), um colega perturbado que ofende todo mundo.

Depois de ter uma de suas cartas roubadas pelo valentão, Evan descobre que Connor tirou a própria vida e acaba se envolvendo em uma mentira com a família do falecido, dizendo que conhecia o colega e que eram grandes amigos. Neste momento, conhecemos melhor Cynthia e Zoe, personagens de Amy Adams  e Kaitlyn Dever, que vivem a mãe e irmã de Connor, respectivamente.

Além de Platt, as duas são outros destaques da produção. Enquanto Dever também tem momentos musicais marcantes, Adams rouba a cena ao viver uma mãe em negação, que tenta conhecer melhor o próprio filho. Pena que a atriz de “Encantada” não tem um número musical de destaque, afinal de contas, possui voz bonita, afinada e adorável, como percebemos no longa da Disney.

Quem também merece elogios é Julianne Moore, que interpreta a mãe do personagem central. A vencedora do Oscar protagoniza uma das sequências mais emocionantes do filme, cantando uma canção poderosa que conta uma passagem marcante da infância de Evan.

Para quem gosta de musicais, é importante passar que “Querido Evan Hansen” tem uma história forte e triste, pois fala de temas pesados e delicados, como suicídio, bullying e depressão. No entanto, o filme é muito bem feito e merece ser visto.

por Pedro Tritto – Colunista CFNotícias

*Título assistido em Cabine de Imprensa promovida pela Universal Pictures.