Crítica: Os 33
Os 33 conta uma história sobre os chilenos soterrados nas minas, relato que os espectadores devem ainda lembrar bem, devido a proximidade temporal do fato que ocorreu em 2010.
Com uma história forte, mas a qual todo mundo já sabe o final, Os 33 chega aos cinemas para mostrar para o público os detalhes desse fato, que despertou o interesse de todas as nações, não só devido a torcida pelo resgate aparentemente impossível dos mineradores, como também pelo fato de o Chile ter chamado a atenção pelos recursos tecnológicos muito avançados na engenharia.
O roteiro chega bem próximo do relato original, é divido em duas partes, em todas é presente a agonia vivida pelos mineradores, a importância da pressão social e o contexto político, os personagens são bem construídos, dão ao roteiro bastante humanidade e aproxima o espectador ao filme.
Além disso, a trilha sonora do longa é muito divertida, feita com instrumentos de sopro, o que torna tudo bem agradável.E falando em agradável, apesar da tensão presente o tempo todo, a trama apresenta momentos de descontração com pequenas pegadas de humor, o que é bem legal.
O relato de Os 33 é bem humano, se preocupa em mostrar o que as pessoas viveram, como elas passaram por aquele fato, evidenciar o que as famílias sentiram também é uma perspectiva bem interessante, e o lado político e midiático da coisa toda é sem dúvida a cereja do bolo. Em determinado momento o longa mostra muito bem o que virou o resgate dos mineradores, uma espécie de Reality Show, e não precisa forçar muito a memória para recordar que isso de fato aconteceu, era só ler alguma matéria ou ligar a TV para saber a quantas andavam o resgate.
O longa prende a atenção, é informativo, divertido, mas tem alguns defeitos, como por exemplo, a falta de atores de fato chilenos, e o idioma que poderia ter sido em espanhol, para tornas tudo mais real, também peca um pouco em mostrar tendências culturais, que a trama até tenta, mas não consegue condizer exatamente com os hábitos e costumes chilenos.
Mas apesar desses defeitos o longa é bom, e sem dúvida vale a pena ser visto, nem que seja só por uma questão de curiosidade, para saber detalhes dessa história real inacreditável que tomou proporções inimagináveis.
por Tatiane Teixeira – especial para CFNotícias