Crítica: Oldboy


Muito antes da enxurrada de obras áudio visuais sul-coreanas ter invadido o cotidiano da população brasileira, “Oldboy” mostrou todo o potencial midiático do país asiático, chocando e maravilhando o mundo com sua trama extremamente violenta e crua, e que colocava o dedo na ferida de muitas questões, até então inéditas para os espectadores brasileiros.

Inspirado em um mangá japonês do mesmo nome, lançado entre os anos de 1996 e 1998, “Oldboy” foi dirigido pelo coreano Park Chan-wook, diretor esse que é conhecido por conceber obras recheadas de humor negro e violência.

O longa teve sua estreia em 2003 na Coreia do Norte e sua trama é focada em Oh Dae-su (Choi Min-sik), um sujeito típico, casado e pai de uma filha de 3 anos, que é sequestrado e levado a um quarto, no qual fica completamente isolado do mundo – exceto por uma televisão, por onde descobre que está sendo acusado pelo assassinato de sua esposa.

Após tentar o suicídio algumas vezes e falhar, Oh Dae-su decide se preparar para um dia buscar justiça por tudo que aconteceu consigo, desde que foi subitamente sequestrado.

Mesmo após vinte anos de sua estreia, “Oldboy” ainda é extremamente impactante. Nota-se de cara, porque a película influenciou tantos outros trabalhos audiovisuais após sua exibição no mercado norte-americano.

A trama do longa é soturna e cruel, porém o mistério é provocante o bastante para prender nossa atenção até os créditos finais. A estética neo-noir também contribui com a atmosfera de mistério e investigação.

A direção das cenas de ação é um tópico à parte que deve ser exaltado com o devido merecimento que o longa pede, afinal, se obras como “John Wick”, a série “Demolidor” da Marvel/Netflix e o jogo “Sifu” existem, isso se deve à estética criada em “Oldboy”, com uma ação crua (e principalmente, violenta), focada na sonoplastia para dar peso aos golpes.

Em suma, “Oldboy” (que retorna aos cinemas brasileiros em versão restaurada e remasterizada) envelheceu como um vinho, sendo um dos primeiros expoentes do cinema sul-coreano a fazer barulho por aqui, abrindo as portas para que obras como “Parasita” pudessem ser premiadas com o Oscar e mostrando que nem só de Hollywood vive a sétima arte.

por Marcel Melinski – especial para CFNotícias

*Título assistido em sessão regular de cinema.