Crítica: “O Rei do Show”


Que tal aproveitar a segunda-feira de Natal para ir ao cinema? Isso mesmo, temos uma grande estreia como presente da data festiva: “O Rei do Show” (The Greatest Showman) chega às telonas em grande estilo, assim como deveria ser um filme sobre a vida e obra do criador  e fundador do conceito de circo que conhecemos até os dias atuais.

Phineas Taylor Barnum foi um empresário do século 19 que concebeu o conceito de Show Business promovendo shows de variedades e um museu com curiosidades humanas. São esses pontos explorados no longa, no qual o protagonista é interpretado magistralmente por Hugh Jackman.

Este musical retrata a infância pobre e sofrida de Barnum com seu pai alfaiate, sua luta para vencer na vida e casar com o grande amor de sua adolescência. Além do sucesso meteórico graças a uma grande ideia, que fez com que do dia para a noite o seu nome atraísse milhares de pessoas para o seu inusitado espetáculo.

Somos apresentados ao grande gênio que conseguia reverter uma crítica ruim ao seu show em uma oportunidade de atrair mais público e lucrar ainda mais. Mas também vemos a sua necessidade incansável de ser reconhecido por uma sociedade preconceituosa e movida pelas aparências. Longe de ser um santo, visava o lucro e não se preocupava muito com algum tipo de exploração, mas no fundo era justo e tentou  sempre ajudar aos seus colaboradores. Claro que me refiro ao personagem do filme e não posso afirmar sobre a pessoa real, mas gosto de pensar que os dois podem manter suas semelhanças.

Uma das coisas que mais gosto em produções neste estilo, que contam um pouco da história do início de certos espetáculos, é que o conceito de circo nasceu utilizando o espaço de um teatro: não havia a lona, o picadeiro e tantos elementos que nos são conhecidos hoje (também criados por Barnum). A título de curiosidade: as nossas salas de cinema também são inspiradas em salas de teatro.

Os irmãos Lumière, no final do século 19 e começo do 20, ao lançarem as bases para o cinema moderno, realizaram suas projeções em grandes casas de espetáculo com orquestra ao vivo. Pensem nas salas de cinema atuais, já reparam como elas lembram um teatro? E se tiverem oportunidade de conhecer alguma mais antigaverão que há – ou pelo menos havia – um palco e cortinas  para a tela de projeção, pois o cinema era e ainda é um “teatro moderno” que nos leva aos mundos da fantasia por meio de projeções de luz e sombras (frase minha, bastante inspirado após a exibição do longa!).

Então, “O Rei do Show” é uma grande e justa homenagem ao homem que transformou o moldou o conceito de entretenimento e levou a um novo patamar a ideia de recreação.

Vá ao cinema e se deixe levar pela magia que envolve nossa vida diariamente e abra seu coração para o novo e a diversão.

por Clóvis Furlanetto  – Showeditor