Crítica: O Regresso
O Regresso é um filme forte: seja para levar um ou mais dos 12 Oscars para os quais foi indicado ou permitir que o público viva uma experiência sensorial arrebatadora. Protagonizado por Leonardo DiCaprio, o longa do cineasta mexicano Alejandro González Iñárritu, que levou três estatuetas do Oscar 2015 por Birdman, aparece como um dos queridinhos da Academia e da crítica e já pode ser considerado um dos melhores filmes da década.
A obra baseada em acontecimentos reais, que se passa em meados de 1820, conta a história de Hugh Glass (DiCaprio), um norte-americano que trabalha na caça para comercialização de pele animal. Após ser atacado por uma tribo indígena e por um enorme urso, o forasteiro inicia sua batalha pela própria sobrevivência e em busca de vingança contra o antagonista John Fitzgerald, interpretado brilhantemente por Tom Hardy.
A quantidade de indicações ao Oscar 2016 faz jus à quantidade de pontos positivos do filme. Desde a primeira cena, filmada em plano-sequência (utilizado com maestria em diversos momentos por Iñárritu), o espectador percebe que as tomadas terão ritmos distintos, variando do mais lento e contemplativo ao mais ágil e tenso.
Toda a história se passa às margens dos rios estadunidenses Mississipi e Missouri em um macroclima congelante. Cada cena tem um cenário que merece ser contemplado e que leva o público para dentro da história, sem necessidade de um óculos 3D. A fotografia pode ser resumida em uma palavra: deslumbrante. A trilha sonora, que também cumpre muito bem o papel de aproximar o espectador, é composta por músicas clássicas e efeitos sonoros realistas muito bem explorados.
O realismo é observado durante as tomadas de ação. A luta com o urso pardo, por exemplo, é mostrada por diversos ângulos e sem muitos cortes, o que dá à cena mais agilidade e realidade. Em alguns momentos, principalmente quando a brutalidade das lutas é transmitida por meio de ferimentos, o espectador com o estômago mais fraco pode ficar enojado.
Além de, provavelmente, ser o filme que poderá dar o primeiro Oscar a Leonardo DiCaprio, O Regresso também conta com boas atuações dos coadjuvantes Domhnall Gleeson e Will Poulter.
O longa concorre nas categorias Melhor Filme, Direção, Ator, Ator Coadjuvante, Fotografia, Montagem, Design de Produção, Figurino, Maquiagem, Mixagem de Som, Edição de Som e Efeitos Visuais.
Vale muito a pena conferir, e se surpreender.
por Kelly Amorim – especial para CFNotícias