Crítica: O Pergaminho Vermelho


Primeira animação brasileira a entrar para o catálogo na plataforma de streaming Disney+, “O Pergaminho vermelho” é uma aventura bem simples e muito bem feita, com uma imersão profunda que pode atingir diretamente as crianças que estão passando por fase semelhante.

Para quem cresceu assistindo a “Caverna do Dragão”, “Star Wars”, “Alice no País das Maravilhas”, a produção pode se tornar um gatilho muito positivo, levando talvez, o espectador a retornar à saudosa infância em que, por anos a fio, passou  horas assistindo à TV de pernas pro ar no sofá.

Nina (voz de Marina Sirabello) – uma garotinha de 13 anos, com seu casaquinho amarelo (senti uma referência à Coraline) e seu skate -, está passando por um momento da vida pelo qual todos nós passamos: o da transição da infância para a pré- adolescência e, ainda tendo que encarar tal fase com tristeza, devido ao suposto divórcio entre seus pais, Sérgio (voz de Alex Moralles) e Juliana (voz de Tayná Cavalcanti). Somado a isso, tem o fato do seu pai ser extremamente protetor, controlando suas saídas para brincar de Skate com o seu melhor amigo, Kim (voz de Alex Minci).

Numa das discussões entre seus pais, Nina sai correndo de casa transtornada e vai parar numa espécie de floresta, onde encontra um curioso pergaminho vermelho, objeto que a leva subitamente a viver uma aventura paralela nas Terras de Tellurian.

Como consequência, ela tem que salvar aquele mundo mágico das mãos do terrível, Lord Dark (voz de Nelson Machado), que tomou o poder das terras após lançar um feitiço controlador na Rainha (voz de Marina Sirabello) e com isso, consegue também o pergaminho das mãos da própria Nina que inocente, o entregou de bom grado.

Nessa nova jornada, a protagonista faz novos amigos. Uma delas é Idril (voz de Any Gabriellly), uma destemida caçadora que não poupará esforços para ajudar a salvar seu mundo, ela conhece também o corajoso Victor “O Bardo” (voz de Viny Takahashi), que se juntará rapidamente a elas para salvar as terras desse ser maligno.

A aventura segue por cenários fantasiosos de encher os olhos, a trilha sonora também tem importante participação no desenvolver da história. E para terminar de preencher a fórmula mágica com fofura extrema, entra em cena Wupa (voz de Marcello Palermo) –  bicho-preguiça de pelúcia, amiguinho que Nina levava consigo e agora, está vivo, cheio de personalidade e  transbordante carisma (lembrou-me do Glomer de “Punky: A Levada da Breca”).

Grifando com grande importância o fato da dublagem estar afiadíssima, contando também com nomes de peso, em participações especiais: Wendel Bezerra á a voz de Truque, o porteiro da Vila, e Isaac Bardavid dá voz ao Grande Ancião, o que enriquece ainda mais o filme.

Vale dizer enfim, que “O Pergaminho Vermelho” é uma produção “modesta” (perto de outros títulos do gênero), mas que nitidamente foi desenvolvida com muito cuidado e carinho e, por isso, pode agradar a todos os públicos. Certeza de que a mensagem será captada e guardada nos corações de todas as idades.

por Adriana Amaral – especial para CFNotícias

*Título assistido via streaming, a convite da Vitrine Filmes.